Falta de medicamentos fornecidos pela União ameaça a vida de pacientes

11/05/2019 15:40

Sem o medicamento para o tratamento e controle da diabetes há meses no Polo de Assistência Farmacêutica, em Corrêas, a costureira Márcia Valéria Fonseca Ramos precisa recorrer à justiça para conseguir cuidar da saúde do marido, de 63 anos. Com o desabastecimento dos medicamentos fornecidos pelo Ministério da Saúde, e sem solução da Secretaria de Saúde do Estado, a costureira só consegue o medicamento com liminar judicial.

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Márcia não é a única. Desempregado, Percy Vieira Leitão tem feito o que pode para conseguir os medicamentos de uso contínuo para tratar um problema no coração. Da lista de nove remédios, só conseguiu dois. Nem nas farmácias populares encontra a medicação. O jeito está sendo arcar com o custo. 

“Há dois meses, não consigo o medicamento. Não tenho como comprar o remédio ou ficar indo até a farmácia diariamente para perguntar quando chega. Estou desempregado e mensalmente tenho gasto R$ 300. A situação está cada vez mais complicada”, lamenta.

O desabastecimento de medicamentos na rede pública de saúde está afetando milhões de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Em março, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) enviou um ofício ao Ministro da Saúde denunciando o problema. No ofício, o conselho aponta que dos 134 medicamentos que o Ministério da Saúde compra e distribui para os estados, 24 estavam em falta ou com entregas insuficientes no o primeiro trimestre de 2019. 

Destes, 13 apresentavam alto risco de desabastecimento, uma vez que o MS não sinalizou de forma concreta se faria o fornecimento complementar. Alguns medicamentos já esgotados servem para tratamentos de câncer de mama, leucemia em crianças e inflamações. 

A Secretaria de Saúde do estado foi questionada sobre a falta dos medicamentos, princi-palmente para o tratamento de diabetes e cardíacos, mas disse que o problema se deve à falta do repasse pelo MS. E não informou que soluções tem buscado para não prejudicar os pacientes. O Ministério da Saúde também foi questionado sobre a situação, mas não respondeu aos questionamentos.
 

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