Falta de pagamento deixa APA Petrópolis sem telefone e internet

A sede da APA-Petrópolis, órgão de conservação que monitora áreas de proteção ambiental da cidade e região, está há cerca de dois meses sem telefone e 15 dias sem internet devido à falta de pagamento. Funcionários estão utilizando meios próprios e alternativos de trabalho. 

A informação foi divulgada por meio de um comunicado na página da APA nas redes sociais, onde funcionários dizem que o trabalho está inviável, uma vez que atualmente o sistema é todo informatizado. 

O aviso disponibiliza um e-mail alternativo para denúncias ou processos, que será utilizado com recurso próprio de funcionários. 

A APA pertence ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que é uma autarquia em regime especial, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e integrada ao Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). O Instituto é responsável por executar ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, propondo, implantando, gerindo, protegendo, fiscalizando e monitorando todas as Unidades de Conservação (UC) instituídas pelo Governo Federal.

O ICM é responsável também por fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da biodiversidade e exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das Unidades de Conservação federais, sendo considerado de extrema importância para a preservação da flora e fauna brasileiras.

Trabalho da APA na cidade 

A Área de Proteção Ambiental de Petrópolis conta com apenas seis funcionários, sendo quatro servidores (analistas ambientais) e outros dois terceirizados da área administrativa.

No ano passado foram feitos mais de 230 pareceres técnicos e mais de 237 vistorias, numa área total de 27 mil quilômetros que abrange não só Petrópolis como também outros municípios. No período de um ano foram emitidos 288 ofícios e 285 processos administrativos foram abertos com relação à construção de residências ou autorização para licenciamento ambiental, no caso de empreendimentos. 

A APA realiza também o trabalho de resgate de animais silvestres. Em 2015 foram resgatados 37 pássaros, preguiças, corujas, serpentes, gambás, sagui e ouriços. A maioria foi levada diretamente para áreas protegidas para soltura e alguns tiveram a necessidade de ir para os nossos grandes parceiros: Rebio Araras e CETAS/Ibama (Juiz de Fora/MG). 

Quitéria Cavalcante Pereira, que trabalha na APA – Araripe, no Nordeste do país, e acompanha a situação das demais APAs pertencentes ao ICMBio de todo o Brasil, chamou a situação de caótica. “Lamentável a situação das UCs. Na APA Araripe estamos sem telefone, vigilância, recepção há quase um ano. É caótica a nossa situação. Estamos aguardando o corte de energia para parar totalmente”, relatou.

A Tribuna questionou o Instituto Chico Mendes sobre a situação e solicitou informações detalhadas sobre o motivo da falta de pagamento das contas de luz e internet. No entanto, até o fechamento desta reportagem, ninguém se pronunciou.