‘Família Dindim’ mostra como lidar com dinheiro

25/03/2023 08:01
Por Eliana Silva de Souza / Estadão

Referência na arte teatral dirigida ao público infantil e juvenil, a diretora Carla Candiotto está sempre à frente de algum projeto instigante e criativo. Depois de encantar com Momo e o Senhor do Tempo, a versátil artista estreia sua nova empreitada, o espetáculo Família Dindim, que entra em cartaz neste sábado, às 15h, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, com ingressos gratuitos.

A ideia central de Família Dindim é exatamente levar ao palco a importância da educação financeira e da sustentabilidade. Nele, Carla Candiotto usa a experiência adquirida nesses seus mais de 25 anos de carreira, tempo suficiente para entender que o compromisso do teatro não é o de ensinar.

Em entrevista ao Estadão, a diretora destaca a relevância da encenação no palco e afirma que “a função de uma arte milenar é provocar, inspirar, causar reflexões e diálogos”.

Com o tema do dinheiro, o espetáculo é um desafio para os envolvidos na produção. Carla esclarece que sua intenção, com a encenação, foi “mostrar situações com as quais a criança pudesse se identificar, se relacionar, através da vida de um menino que tem um problema e quer resolver, que é ter uma chuteira”. Surge então uma questão, conta Carla, que servirá também como uma reflexão: “Será que ele vai conseguir se organizar para atingir esse objetivo?”.

TEMÁTICA

O texto assinado por Gustavo Kurlat, também responsável pela direção musical da peça, traz a história dessa divertida família, que tenta realizar sonhos, mas precisa se organizar.

Dona Joana, vivida por Paula Flaiban, é a mãe que deseja o melhor para os filhos e que eles realizem seus sonhos. O pai, Augusto (Pedro Arrais), se preocupa com as finanças da casa, mas tem dificuldade em fazer arrumações. E tem os filhos, Matheus (Samuel Carrasco), um garoto que quer uma chuteira nova, e a misteriosa Catarina (Carol Rocha), que não revela o que quer fazer. Assim é a família da história.

Essas dificuldades relacionadas ao dinheiro poderão agora ser resolvidas, pois todos terão a oportunidade para isso por intermédio de um programa criado pela escola dos garotos. “A semana de educação financeira, projeto proposto pela professora Leticia (Zuba Janaina), faz com que Catarina e Mateus reflitam e procurem ideias sobre finanças. Cada um no seu projeto vai pensando em como planejar, economizar e vencer o desafio.”

Entra também nessa história Manu (Cleber Tolini), primo dos garotos que é influencer e vai mostrar para seus seguidores o que essa família está fazendo.

Colocar em cena para o público infantil um tema como gastos financeiros é algo pouco explorado e pode ser mesmo um grande desafio. “Sou do tempo que criança não era foco de mercado, a gente apenas brincava”, diz Carla, lembrando que uma bola ou uma bicicleta já era o suficiente, sem essa febre por jogos eletrônicos. “As crianças viraram alvo de uma economia louca”, constata a diretora.

PÚBLICO

Carla Candiotto informa que se trata de um espetáculo direcionado para crianças acima de 6 anos, mas com um assunto que afeta a família inteira. Isso porque, como diz a diretora, trata-se de “um público que entende um pouco mais de problemas subjetivos, problemas que não são concretos”.

Por isso também, as músicas compostas por Gustavo Kurlat para o espetáculo passam a sensação de leveza e diversão. “Elas nos remetem às marchinhas de carnaval, ao prazer de cantar durante e depois do espetáculo”, explica Carla.

Na montagem, Carla destaca a importância do coletivo. “Teatro é arte que não se faz sozinho”, enfatiza. Todos da equipe contribuem para a criação. “O cenário e o figurino de Marco Lima nos inspiram na encenação e nela o elenco nos propõe uma diversão que é iluminada pela luz de Wagner Freire”, completa a diretora, que assim ressalta o trabalho realizado pelos profissionais por trás do espetáculo Família Dindim.

Família Dindim

Teatro Sérgio Cardoso. R. Rui

Barbosa, 153, tel. 3882-8080.

Sáb. e dom., 15h. Ingressos gratuitos (disponíveis no site da Sympla no dia do espetáculo). Até 2/4.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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