Famílias pedem ponte em local que criança morreu no Bela Vista

03/02/2018 11:00

A morte de uma criança de dois anos na última quarta-feira evidência os riscos da perigosa travessia feita diariamente por moradores da região do Poço dos Padres, no Bela Vista. Foi lá que o menino foi encontrado morto depois de escorregar numa região de muitas pedras, e cair no poço de uma cachoeira. Com muito lodo e correnteza em meio às pedras, cerca de sete famílias atravessam diariamente a cachoeira andando sobre canos que transportam água da Estação de Tratamento para entrar e sair de casa.

O tão arriscado caminho é o mais utilizado por ser a menor distância entre a rua Alberto Pullig e as residências que ficam do outro lado do rio. Pelo caminho mais seguro, seria preciso andar mais de um quilômetro até a Ponte de Ferro da antiga linha férrea. A segunda alternativa é ainda mais distante: acessar as moradias pelo bairro Caxambu. “Não temos ponte perto, e ninguém aguenta ficar descendo e subindo essa ladeira enorme e estreita para chegar em casa. É muito mais fácil eles passarem por ali mesmo. Agora o risco é real. Tem que ter cuidado”, contou Miguel Arnaldo de Oliveira.

Apesar de não ser uma região densamente habitada, quem mora do outro lado da cachoeira reclama dos problemas no acesso. “Temos que nos arriscar num caminho perigoso e cheio de armadilhas. Tudo isso para não precisar dar essa volta toda. É horrível, mas é o único jeito”, disse uma moradora que preferiu não se identificar.

Miguel Arnaldo, que mora na região e tem parentes próximos ao local contou um pouco do drama. “As pessoas atravessam com crianças, bolsas pesadas, compras, tudo isso é um perigo sem tamanho. É muito escorregadio, é muito perigoso passar ali. Eu não gosto nem de olhar”, disse. 

O local é utilizado para travessia não só de moradores do bairro como também por habitantes do Caxambu, já que próximo às casas há uma trilha que dá acesso à Curva do Caixão. A travessia consiste em dois tubos seguros com blocos de concreto, sobre a água e as pedras. E para complicar, toda a estrutura é repleta de lodo. “Escorrega muito. Você passa ali em cima e escorrega. Mas é o único caminho. Como eu faço?”, contou uma moradora. 

Além do lodo e da travessia arriscada, o caminho que dá acesso às casas é uma trilha em meio ao barranco, também sem nenhum tipo de segurança. “Não tem segurança nenhuma. É um trajeto improvisado que a gente passa só porque não tem condições de dar essa volta toda toda hora”, contou.

Se a situação já é perigosa num dia de sol, quando chove o risco é ainda pior. “Se chover um pouco aqui pra cima já não dá pra passar.”, disse Vilson Ferreira.

Últimas