Famílias reclamam da dieta em escola
Pais de alunos da Escola Germano Valente, Comac, localizada na Rua Dr. Sá Earp, denunciam a falta de alguns alimentos que compõem a merenda escolar na unidade de ensino que atende cerca de 250 crianças com idades de 6 meses a 5 anos. De acordo com a dona de casa Karina Cristine de Aguiar, além de não ter itens como arroz, e feijão, que deveriam fazer parte do cardápio dos pequenos, na última semana as crianças comeram macarrão todos os dias. Isso tem feito com que a filha dela de apenas 3 anos rejeite o alimento quando servido em casa.
Além disso, Karina ressaltou a importância da introdução de alimentos mais “duros” nas refeições das crianças com a idade da filha dela como, por exemplo, carnes, levando em conta que elas estão aprendendo a mastigar. Algumas mães têm feito doações de comida para a Comac, mas ainda falta muito para que a merenda da unidade volte a ser adequada. Isso porque, a direção do local informou aos pais, que são gastos por dia cerca de 10kg de arroz, porém a unidade só recebeu 20kg para todo o mês.
Cebola, alho e outros temperos também estão em falta e, de acordo com Karina, não é só na Comac. O Centro de Educação Infantil Dea Lúcia Cordeiro, do bairro Castelânea, também está sofrendo com a falta de merenda. “Tenho uma amiga que é merendeira e, entre elas, comentam a situação das escolas em que atuam. Em alguns casos nenhuma criança tem o direito de repetir a refeição. Ela me contou ainda que em uma dessas unidades um menino que queria repetir e chorava para comer não pôde ser servido, caso contrário crianças que ainda não haviam feito a primeira refeição ficariam com fome”, disse alarmada.
A dona de casa ressaltou ainda que merendeiras, professoras e até a direção dessas unidades não têm culpa. “As doações particulares que a Comac recebia também caíram muito, afinal todos estão passando por dificuldade financeira, mas não é justo que as nossas crianças comam a semana inteira o mesmo alimento nas escolas, mesmo que servido de formas diferentes. Na agenda da minha filha vem discriminado tudo que ela comeu durante o dia e naos últimos dias foi apenas sopa de macarrão, às vezes com feijão, e outras só o macarrão. Aí em casa fui fazer o mesmo prato, sem ter me dado conta que ela estava comendo só isso, e então percebi que ela não queria comer de jeito nenhum, já que em casa ela tem outras opções. Quando fui checar na agenda dela entendi o porquê! Ela não deve mais aguentar comer macarrão”, reclamou.
Outro prato servido com frequência é ervilha. “Servem ela pura, fazem sopa e outros pratos. Apesar de tentarem inovar nas receitas, é o mesmo alimento todos os dias. Isso afeta a saúde das crianças, que estão em fase de crescimento.
A Secretaria de Educação nega que falte merenda e lembra que a própria agenda das crianças desmente a informação. A secretaria esclarece que houve atraso na entrega, pelo fornecedor, de alguns itens, mas os mesmos foram substituídos por outros, de forma a assegurar a necessidade nutricional das crianças. As duas unidades citadas pela reportagem receberam alimentos no dia 6 de setembro (Comac) e nos dias 29 de agosto e 8 de setembro (CEI Dea Lúcia Monteiro). Hoje, foi feita outra entrega de arroz e feijão para o CEI Dea Lúcia e na segunda (19/9) a Comac também receberá nova entrega.
A secretaria garante que vai apurar com rigor a informação passada ao jornal e cobrar a entrega periódica do mapa da merenda, conforme determinação da secretaria. O mapa permite um melhor acompanhamento da entrada e saída dos itens da merenda na escola, garantindo que não haja nem falta nem desperdício de nenhum dos itens.
Hoje, o cardápio da merenda escolar utiliza 25 gêneros não perecíveis. Os gêneros hortifrutigranjeiros são entregues semanalmente, e incluem frutas, legumes, verduras e ovos. Além disso, é feito um rodízio na entrega das carnes, de modo a garantir uma variedade maior aos alunos.