Febre Amarela: Estado libera 1,5 mil vacinas extra para Petrópolis

25/01/2017 18:32

Apesar da orientação do Ministério da Saúde de que apenas quem vai viajar para áreas onde está sendo registrado surto de febre amarela deve se imunizar, ontem a população petropolitana fez fila na frente do setor de epidemiologia, que funciona no Hospital Municipal Nelson de Sá Earp (HMSE). A Secretaria de Estado de Saúde liberou na última terça-feira 1.500 doses da vacina para o município. Ontem, até o início da tarde, mais de 300 pessoas tinham se imunizado. A coordenadora de epidemiologia Elisabeth Wildberger fez um apelo para que a população respeite a orientação do Ministério da Saúde, para que não falte a vacina para quem realmente vai viajar para as áreas de risco, como Minas Gerais. Em todo o país são 438 casos suspeitos de febre amarela, sendo 89 mortes. Do total, 364 permanecem em investigação, 70 foram confirmados e quatro descartados. Das 89 mortes notificadas, 40 foram confirmadas e 49 permanecem em investigação

O estado mineiro é o que tem maior número de registros até o momento. Foram 404 casos suspeitos em 40 municípios, incluindo casos notificados pelos estados da Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Distrito Federal, com local provável de infecção em Minas Gerais. Do total de 66 casos confirmados, 37 evoluíram para óbitos. Outras 47 mortes continuam em investigação, incluindo um óbito notificado pelo Distrito Federal, com local provável de infecção em Minas Gerais. No total, são 84 óbitos notificados no estado. Para auxiliar na intensificação da imunização em Minas Gerais, o Ministério da Saúde já enviou ao estado 2,4 milhões de doses extras contra febre amarela. 

Em Petrópolis, a Secretaria de Saúde informou que não há casos de febre amarela. Elisabeth explicou que tenta fazer uma triagem da população na hora da vacinação, mas percebe que muita gente está alarmada, o que justifica a fila que se formou ontem no hospital. “O problema, porém, é que boa parte diz que vai viajar, mas percebemos que é mentira. A população está apavorada sem necessidade”. 

Roseli da Silva Marcolino, de 47 anos, é auxiliar de serviços e contou que vai viajar para Minas Gerais no próximo sábado. Moradora da Estrada da Saudade, ela contou que tem medo de ser contaminada pela doença e por isso optou pela imunização. “A febre amarela mata e por isso é preocupante”, disse. Já Neilane Baltar, de 38 anos, é autônoma e mora em Corrêas. Ela contou que vai para Muriaé, também município mineiro e achou melhor tomar a vacina. Neilane já tinha se imunizado 10 anos atrás. “É melhor prevenir”, contou. 

De acordo com Elisabeth, antes das notícias sobre o surto em Minas Gerais serem divulgadas, o setor de epidemiologia em Petrópolis vacinava de 80 a 100 pessoas por mês. Mas, com a divulgação, esse número aumentou muito. “Nos últimos 10 dias foram aplicadas 600 vacinas”, revelou. 

Ela alertou ainda que pessoas com mais de 60 anos e crianças menores de 9 meses devem apresentar um atestado médico com indicação para tomar a vacina, porque são grupos que podem apresentar reação. Segundo a coordenadora, esta imunização pode causar sintomas mais graves e sérios do que outas vacinas. “Normalmente, a reação leva de sete a 10 dias e as pessoas podem apresentar problemas neurológicos, dor no corpo e na cabeça”, explicou. 

A Secretaria de Estado de Saúde informou que a vacinação será intensificada nos municípios das regiões Noroeste, Norte, Serrana e Centro Sul do Rio e que esta é uma medida preventiva, que visa criar uma região de bloqueio contra o vírus nas divisas com os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Jr., não há recomendação para a vacinação irrestrita da população em geral, uma vez que não há registros da circulação do vírus no território do estado.

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