Fechamento do Instituto Embelleze vira caso de polícia

O Procon Petrópolis registrou notícia-crime contra os responsáveis pela Embelleze. A empresa, que oferecia cursos profissionalizantes em Petrópolis, fechou as portas no último mês deixando diversos clientes sem a formação contratada, conforme noticiado no dia 19 de abril pela Tribuna. O órgão de defesa do consumidor, após receber oito denúncias, tentou diversas vezes entrar em contato com a empresa para resolver a questão mas, segundo informações do Procon, até agora não houve resposta por parte da filial do município e nem da matriz, em São Paulo. A denúncia foi encaminhada nesta sexta-feira (18) à 105ª Delegacia de Polícia para instauração de inquérito e apuração do caso.

A vontade de se especializar em cortes masculinos em uma empresa de renome foi por água abaixo quando a estudante Ana Cristina Fernandes, 18 anos, se deparou com a estrutura da escola sendo desmontada quando chegou para assistir a aula no fim do mês passado. Sem aviso prévio, a jovem conta que cadeiras, mesas, assentos e até as logomarcas da Embelleze estavam sendo retiradas da sala e que a única atendente da recepção entregou apenas uma carta plastificada dizendo que a família deveria entrar em contato com um advogado. Na carta, havia informações como CNPJ e contatos através dos quais os alunos não conseguiram encontrar os representantes da empresa.

A denúncia do órgão de defesa do consumidor tem como base o artigo 171 do Código Penal, por estelionato, que prevê como punição reclusão de cinco anos e multa. No documento entregue à polícia, o órgão esclarece que ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto no local onde os cursos aconteciam. Além disso, o Procon entrou em contato com o Instituto Embelleze – Matriz, em São Paulo, pelo telefone, e chegou a ser informado, em uma ocasião, que a empresa retornaria, mas isso não aconteceu. 

O coordenador do Procon, Bernardo Sabrá, destaca que buscou de todas as formas entrar em contato com a empresa para que houvesse um acordo entre a mesma e os alunos que não concluíram seus cursos, mas não houve resposta da Embelleze que, sequer, dá uma previsão algum norte sobre uma possível solução para o caso. 

“Lamentamos chegar a essa situação, mas não podemos deixar o consumidor lesado de qualquer forma. Encaminhamos o caso para que a polícia dê andamento e tome as devidas providências. Já tivemos oito denúncias protocoladas e precisamos encaminhá-las ao Poder Judiciário por causa da falta de resposta da empresa. Sabemos que há pessoas que não chegaram sequer a protocolar a reclamação. As pessoas podem e devem denunciar o caso ao Procon”, destaca o coordenador do órgão, Bernardo Sabrá.

Em nota, o Instituto Embelleza informou que está acompanhando de perto o caso da unidade franqueada de Petrópolis e garantiu que “já tomou todas as providências cabíveis, exigindo da mesma o cumprimento legal e integral de todas as suas responsabilidades”.

Quem quiser denunciar pode entrar em contatar o Procon pela página do órgão no Facebook, o Procon Petrópolis ou pelo site www.petropolis.rj.gov.br/procon. Há, ainda, o WhatsApp Denúncia, no número 98857-5837 ou os telefones 2246-8469 / 8470 / 8471 / 8472 / 8473 / 8474 / 8475 / 8476 e 8477. Atendimento presencial pode ser realizado na unidade do Centro, que fica na Rua Moreira da Fonseca, nº 33. A unidade de Itaipava fica no Centro de Cidadania, que fica na Estrada União e Indústria, 11.860. Os telefones da unidade são: 2222-1418, 2222-7448 e 2222-7337.