Filha de Queiroz é nomeada e exonerada de cargo no governo do Rio

20/04/2021 21:54
Por Fábio Grellet / Estadão

Evelyn Melo de Queiroz, uma das filhas de Fabrício Queiroz, o ex-assessor parlamentar do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que, junto com o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é acusado pelo Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) de operar um esquema de rachadinhas (devolução de parte do salário de funcionários) quando Flávio era deputado estadual no Rio de Janeiro, foi nomeada no último dia 12 para trabalhar na secretaria estadual da Casa Civil do Rio, chefiada por Nicola Moreira Miccione. Dois dias depois Evelyn – que também trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro e foi denunciada pelo mesmo esquema de rachadinhas – foi exonerada do cargo. O governador do Rio, Cláudio Castro (PSC), a quem Miccione é subordinado, é aliado de Bolsonaro.

A nomeação foi para um cargo em comissão de secretária nível II, pelo qual Evelyn receberia R$ 2,4 mil. A ordem de contratação foi publicada no Diário Oficial do Estado do Rio no dia 13 de abril. No dia 14, porém, nova publicação no Diário Oficial tornou sem efeito a nomeação da filha de Queiroz.

O ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro foi preso em 18 de junho de 2020 em um sítio em Atibaia, no interior de SP, de propriedade de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro. Em 9 de julho daquele ano ele passou a cumprir prisão domiciliar, e em 16 de março passado foi libertado por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo divulgado pelo portal UOL, no dia 14 de abril Queiroz esteve parado de carro no estacionamento do Palácio Guanabara, sede do governo do Estado do Rio, em Laranjeiras (zona sul do Rio).

Evelyn trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) depois que uma irmã dela foi exonerada.

Em nota, o governo do Estado afirmou que o secretário da Casa Civil recebeu currículos para possíveis nomeações. “Alguns nomes foram entrevistados pelo subsecretário de Administração e, sem que tivesse sido previamente avaliado pelo GSI, a nomeação foi publicada no Diário Oficial”, diz a nota. “Após ser identificada a vinculação de parentesco, antes mesmo de tomar posse, o secretário determinou tornar sem efeito a nomeação”, conclui o texto.

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