Fim da greve do Detran: fila de 300 metros no primeiro dia de atendimento

Os funcionários do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Rio de Janeiro voltaram aos trabalhos hoje (27) depois uma paralisação de cinco dias por conta de atraso nos salários e vale alimentação. Um acordo foi feito com a empresa terceirizada, que garantiu a quitação do débito com os contratados. Durante todo o dia dezenas de veículos formaram uma fila de mais de mais de 300 metros para fazer a vistoria no posto do Alto da Serra. 

Os motoristas tiveram que ter muita paciência, e teve gente que até almoçou na fila. O petropolitano Leonardo Hang chegou às 10h30 no local, e até 15h não havia sido atendido. “Quando cheguei eu fiquei no início da rua. Tinha mais de 100 carros na minha frente. Aos poucos a fila vai andando, e agora eu já estou quase no início. É uma vergonha! Falta de vergonha na cara do Estado. É inadmissível que isso aconteça do jeito que está”, disse, indignado com a espera. 

À frente de Leonardo, muitos outros motoristas desistiram, porque não podiam faltar trabalho ou tinham outro compromisso. Eles não esperavam se deparar com uma fila tão grande. “Mais um desistiu agora. É o tempo todo isso. Porque as pessoas não conseguem aguentar essa espera toda. Eu estou indignado!”, disse o vendedor de carros Rodrigo Monteiro. 

A paciência dos motoristas se esgotou não só pela espera na fila, mas pelas dificuldades para conseguir agendamento. O médico Osmar Castro, que ficou mais de seis horas na fila esperando para que sua moto fosse vistoriada, disse que tentava agendar o atendimento desde fevereiro. “Estou há cinco meses tentando agendar e não abre vaga. Para todas as outras cidades tinha. Teresópolis, Paraíba do Sul. Menos Petrópolis. O estado está falido e está acabando com a gente”, declarou, revoltado. 

Ao longo da tarde de hoje (27) a Tribuna flagrou pelo menos cinco motoristas desistindo de fazer a vistoria. “Tá muito grande a fila. Eu só apontei ali na esquina e já me deparei com essa fila enorme. Desisto. Deixa quieto. Não tem condição” disse Hanna Martins.