Fim da história para o Panaceia
É triste anunciar o fim de uma empreitada envolvendo literatura, justo quando, paradoxalmente, a venda de livros aumentou no último ano, e o hábito de leitura tenha crescido durante a pandemia, como noticiou o Estadão. São vários os exemplos que colaboravam com a sensação de uma retomada no setor literário, como quando as editoras independentes e livrarias intimistas apostaram em serviços especializados para não só vender, mas pensar em como cativar o leitor. Mesmo caminho seguido por clubes de assinaturas de livros em São Paulo, tendência que ganha adeptos pelo país.
Contudo, um dos projetos que apostou em curadorias especializadas, o Panaceia, anunciou nas redes sociais o fim de sua história. Lançado há 5 anos, saíram daquelas caixinhas mais de 5 mil exemplares, para assinantes de todo País. Com escritores como Conceição Evaristo, Michael Löwy, Ailton Krenak, entre outros, o perfil apostava em diversidade dos curadores, trazendo para selecionar obras gente de outras áreas, como a cartunista Laerte, o político Guilherme Boulos e a atriz Rita Von Hunty, responsável por uma das mais promissoras edições.
“Trouxemos obras e depoimentos de grandes pensadores, pesquisadores, intelectuais e personalidades de todas as regiões do planeta, através de uma das mais preciosas invenções humanas: o livro!”, diz o comunicado, que confirmou o cancelamento da próxima curadoria, que seria feita pelo padre Julio Lancelotti. “A partir de agora, Panaceia possuirá um significado ainda mais especial. Ficamos como o clube de assinatura de livros de quem não perdeu a esperança na força das palavras, no compartilhamento de ideias (e não só de likes) e na capacidade humana de encontrar soluções para seus dilemas (e problemas). Não somente isso, mas o de quem luta por uma sociedade menos desigual e por uma democracia plena e radicalmente inclusiva.”