Finados: cemitérios esperam receber 20 mil visitantes
Seguindo a tradição de visitar os túmulos dos entes falecidos, na próxima quarta-feira, dia 2 de novembro, comemora-se o Dia de Finados. A data ficou conhecida em 998 D.C, com o Santo Odilon, abade do mosteiro de Cluny na França e foi adotada quatro séculos depois pelo Papa. Todos os anos, milhares de petropolitanos resgatam a tradição, levam flores e acendem velas nos túmulos. Segundo a Prefeitura de Petrópolis, a expectativa é de que 20 mil pessoas visitem os sete cemitérios da cidade no feriado.
Os cemitérios estarão abertos, a partir das 8h, sendo que às 10h, uma missa campal será realizada na capela do Cemitério Municipal, no Centro. Com o objetivo de facilitar o acesso do público ao local, a Rua Fabrício de Mattos ficará interditada. Equipes da Comdep e da Vigilância Sanitária trabalham para deixar tudo pronto, fazendo pintura, limpeza e capina.
Ainda de acordo com a Prefeitura, uma ambulância estará de plantão e também uma van para fazer o transporte de idosos, gestantes e pessoas com dificuldade de locomoção à parte superior do Cemitério Municipal. Um escritório com registros informatizados dos túmulos estará disponível no local, garantindo aos visitantes o acesso rápido às informações. Uma equipe da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) atuará no local, com a Polícia Militar e a Guarda Civil.
Tradicionalmente, os túmulos mais visitados nesse dia são de personalidades da história, como Marechal Hermes da Fonseca, Stefan Zweig, Hermes da Fonseca e do menino Francisco, conhecido como "Anjinho", conhecido por conceder milagres.
"O movimento já aumentou bastante nesses dias antes do feriado. Essas campas que são as mais conhecidas sempre chamam muito atenção. Já notamos até estrangeiros visitando o túmulo do Stefan Zweig, mas, o mais popular é o Anjinho, sempre tem alguém rezando para ele, todos os dias", contou um coveiro que atua há nove anos no Cemitério Municipal e preferiu não se identificar.
Outros visitantes preferiram adiantar a visita. O contador Álvaro Nunes, de 72 anos, realiza a limpeza dos túmulos da família todos os anos perto da data de finados. "Resolvemos fazer isso antes por causa do movimento. No dia, fica difícil estacionar e até caminhar entre os túmulos. Viemos com calma, para limpar e colocar flores nos túmulos de amigos e parentes", disse.
A professora aposentada Cecília Catarina Ribeiro, de 75 anos, estava acompanhando Álvaro. "Temos muitas campas para visitar. Acho muito importante fazer isso, no entanto, sabemos que é uma tradição que está se perdendo, possivelmente muitos das novas gerações não seguirão esses passos, o que é uma pena", contou.
Comerciantes apostam na venda de flores
A Prefeitura informou, também, que 20 barracas da tradicional feira de flores estarão instaladas nas duas entradas principais do cemitério Municipal no dia de Finados. Trabalhando há 34 anos com a venda de flores, Ana Maria Peixoto, de 64 anos, disse que a esperança é de um aumento nas vendas nesse ano. "A esperança é a última que morre né? Sabemos que a situação financeira está complicada, mas, esperamos vender bem. Nesse dia, dobraremos o nosso estoque de crizantos, palmas e rosas", disse.
Ana Maria contou ainda que a cada ano, a quantidade de pessoas que compram flores para deixar no túmulos diminiu. "É uma pena. Antigamente, colocávamos uma banca fora da loja para vender flores, porque a loja ficava muito lotada. Hoje em dia, só os mais velhos continuam com a tradição", explicou.
Reclamação: Cemitério de Secretário abandonado
Petrópolis conta com sete cemitérios: Centro, Itaipava, Secretário, Vale das Videiras, Brejal, Garibu e Quarteirão Worms. Uma moradora de Secretário denunciou, através de fotos, o aparente abandono no cemitério de Secretário. Segundo ela, os problemas começaram há oito meses quando o coveiro que cuidava do cemitério faleceu. "Ele cuidava muito bem de tudo. Hoje, encontramos campas destruídas, o lugar todo sujo e até caixões queimados. Não tem coveiro há oito meses. Quando ocorre um sepultamento, mandam alguém, só assim. Fizemos um abaixo assinado com cerca de 300 assinaturas pedindo para que colocassem o filho desse coveiro para trabalhar no cemitério, mas, até agora, nada foi resolvido. Acho um descaso muito grande com as famílias das pessoas que estão enterradas nesse lugar", contou a mulher que preferiu não se identificar.