Fipe e Bionexo registraram queda de 0,19% nos preços de medicamentos para hospitais em julho

13/ago 15:38
Por Francisco Carlos de Assis / Estadão

Os preços dos medicamentos comprados pelos hospitais recuaram 0,19% no mês de julho, segundo o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), desenvolvido pela Fipe com base em dados de transações realizadas na plataforma Bionexo.

O resultado do último mês contrasta com a alta de 0,16% observada no mês anterior.

Em comparação a outros preços e indicadores da economia brasileira, a inflação ao consumidor, medida pelo IPCA no mês passado foi, de 0,38%, enquanto o IGP-M indicou uma elevação de 0,61% nos preços da economia. Paralelamente, dados do Banco Central mostram uma depreciação da taxa de câmbio de 2,84% no mês.

A queda nos preços foi predominante entre os grupos terapêuticos que compõem o IPM-H, impactando especialmente os medicamentos de maior peso no cálculo do índice.

No acumulado parcial de 2024, o IPM-H registra uma valorização de 3,67%. Durante esse período, quase todos os grupos terapêuticos mostraram aumentos nos preços, com destaque para sistema nervoso, com alta 9,14%, aparelho digestivo e metabolismo, 8,11%; aparelho respiratório, 7,75% e órgãos sensitivos, com aumento de 7,03%.

Finalmente, ao considerar os últimos 12 meses encerrados em julho de 2024, o IPM-H registrou uma elevação nominal de 0,99% nos preços dos medicamentos para hospitais

Neste recorte temporal, o comportamento do IPM-H foi impulsionado por aumentos nos preços de alguns grupos terapêuticos, como aparelho respiratório, 9,15%; órgãos sensitivos, 5,19%; anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 3,56%; agentes antineoplásicos, 3,53%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 1,25% e aparelho geniturinário, 0,90%. Em contraste, outros grupos mostraram queda nos preços, incluindo sangue e órgãos hematopoiéticos, 7,66%; aparelho digestivo e metabolismo, 3,07%; sistema musculoesquelético, 2,94%; aparelho cardiovascular, 2,86%; sistema nervoso, 1,39%, entre outros.

“A variação negativa do índice em julho se mostrou compatível com nossas expectativas para o período, abrangendo alguns dos principais grupos terapêuticos do índice, como sistema musculoesquelético e quimioterápicos. A despeito desse resultado, o IPM-H ainda registra uma valorização de 3,67% no ano, explicada pelas quatro altas consecutivas entre março e junho, com destaque para a variação em abril 3,40%. Esses resultados também colaboraram para preservar o índice em terreno positivo na janela temporal de 12 meses em 0,99%”, avalia o economista e pesquisador da Fipe, Bruno Oliva.

Segundo ele, se por um lado é possível que ocorra uma desaceleração dos preços ao longo do segundo semestre, em razão da sazonalidade, por outro lado a depreciação recente da taxa de câmbio pode trazer uma pressão positiva sobre os preços dos medicamentos, em razão dos seus efeitos sobre as importações e custos de transporte.

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