Fitch reafirma rating AAA da Alemanha, com perspectiva estável
A Fitch reafirmou o rating da Alemanha em AAA, com perspectiva estável. Em comunicado, a agência diz que a classificação reflete a diversidade e o alto valor agregado da economia alemã, assim como suas fortes instituições e o registro de finanças públicas sólidas que permitiram uma resposta política robusta ao choque provocado pela pandemia.
A combinação da posição da Alemanha como o principal emissor de referência para a zona do euro e a postura de política monetária “ultra-flexível” do Banco Central Europeu (BCE) garantem uma flexibilidade de financiamento significativa, diz a Fitch. É seu superávit estrutural em conta corrente que sustenta a posição do país como credor externo líquido.
A agência observa que a recuperação da economia alemã desacelerou em 2021 e, mais recentemente, foi prejudicada por restrições de oferta que afetam o grande setor manufatureiro do país, com uma economia orientada pelo comércio. Para o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha, a Fitch prevê um crescimento de 3,6% em 2021 e 4,2% em 2022, mas com riscos de baixa, “à luz dos desenvolvimentos recentes”.
Na avaliação da Fitch, as negociações da coalizão para liderança alemã avançaram rapidamente desde as eleições gerais de setembro. “Muito provavelmente levarão a uma coalizão de três membros, na formação conhecida como semáforo, com o Partido Social-Democrata, que venceu as eleições com 25,7% dos votos, os Verdes (14,8%) e os Liberais (11,3%)”. A expectativa da agência é que haja uma ampla continuidade na política econômica do país e nas principais questões da União Europeia.
Para a Fitch, o novo governo deve executar políticas fiscais sólidas durante seu mandato, uma vez que seguirá comprometido em frear a dívida institucional. Ao mesmo tempo, não deve ocorrer um retorno rápido à orientação fiscal pré-pandemia, com superávits orçamentários persistentes. “O aperto fiscal provavelmente será gradual, em linha com a orientação geral da Comissão da UE para apoiar a recuperação pós-pandêmica. O investimento verde e digital provavelmente aumentará nos próximos anos”.