Flagrante de regalias leva ex-governador Sérgio Cabral de volta a Bangu

02/05/2022 13:02
Por Rayanderson Guerra / Estadão

A Justiça do Rio de Janeiro determinou que o ex-governador do Estado Sérgio Cabral volte nesta segunda-feira, 2, para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. A decisão foi tomada depois que uma ação de fiscalização da Vara de Execuções Penais encontrou indícios de regalias na Unidade Prisional da PM, em Niterói. O ex-governador está preso ali desde setembro de 2021.

O Fantástico, da TV Globo, mostrou neste domingo, dia 1º, telefones celulares, anabolizantes, cigarros eletrônicos e listas de encomendas, feitas por aplicativo, a restaurantes na área onde Cabral está detido. Os policiais ainda encontraram mais de R$ 4 mil em dinheiro, além de cigarros de maconha.

No local, havia toalhas bordadas com o nome do ex-governador e até um caderno com registros de pagamentos em dinheiro ou cartões de crédito e débito e recibos de um aplicativo de comida. Já em um dos vídeos feitos pelos agentes de fiscalização, Cabral aparece em uma área externa com o tenente-coronel Claudio Luiz de Oliveira, condenado a 36 anos de prisão pela morte da juíza Patricia Acioli.

A Unidade Prisional da PM, conhecida como BEP, é utilizada para a detenção de policiais militares e também detentos com direito à prisão especial. Além da Vara de Execuções Penais, o Ministério Público do Rio de Janeiro e a Corregedoria da PM participaram da fiscalização no batalhão.

A Secretaria de Estado da Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmou que todas as decisões da Vara de Execuções Penais são “rigorosamente cumpridas”. Cabral foi condenado em 22 processos na Lava Jato do Rio, em casos que envolvem corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As penas somadas chegam a 407 anos.

Defesa

Em nota, a defesa do ex-governador Sérgio Cabral diz que “a reportagem do Fantástico retrata uma perseguição infundada, uma vez que nada foi encontrado na cela do ex-governador. De acordo com a advogada Patrícia Proetti, Cabral não responde a nenhum PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar) e “desconhece os objetos encontrados” fora do espaço. “No momento da chegada das autoridades, o ex-governador estava em área comum, na companhia dos demais acautelados”, afirma.

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