Fleury registra lucro líquido de R$ 70,8 mi no 4º trimestre; queda de 49,2%

17/03/2022 19:28
Por Luísa Laval / Estadão

O Grupo Fleury registrou lucro líquido de R$ 70,8 milhões no quarto trimestre de 2021, o que representa queda de 49,2% ante o mesmo intervalo de 2020. Por outro lado, em todo o ano, a companhia teve lucro de R$ 349,9 milhões, avanço de 36,2% em relação ao ano anterior.

No critério ajustado, a empresa somou lucro líquido de R$ 66 milhões no trimestre e R$ 374,7 milhões no ano, com respectivas queda de 57,6% e alta de 37,3% na comparação anual.

A rede de laboratórios registrou Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 262,2 milhões no trimestre, recuo de 12% ante o mesmo período do ano passado. A margem Ebtida teve queda de 636 pontos-base, passando de 32,1% para 25,8%. No acumulado do ano, o Ebitda foi de R$ 1,056 bilhão, alta anual de 26,1%, com margem de 27,3% (perda de 91 pbs).

A receita líquida registrada foi de R$ 1,017 bilhão entre outubro e dezembro, com avanço de 9,7% ante o mesmo intervalo de 2020. No ano, o indicador somou R$ 3,872 bilhões, crescimento de 30,3%. A empresa destaca que a receita bruta de 2021 foi recorde, em R$ 4,172 bilhões.

A empresa também alcançou geração de caixa operacional de R$ 277,3 milhões no trimestre, com alta de 1,8% ante igual intervalo de 2020, e totalizando recorde de R$ 1,018 bilhão no ano, crescimento de 57,4%.

“Continuamos apresentando solidez nos números, tanto de Ebitda quanto de lucro, e tivemos geração de caixa operacional, para que pudéssemos manter nossa operação saudável”, afirma a CEO do Fleury, Jeane Tsutsui, ao Broadcast. “Aumentamos os investimentos de forma significativa e reafirmamos nossa estratégia de crescer em medicina diagnóstica.”

Custos

Os custos dos serviços prestados apresentaram nova alta de 19,5% no trimestre, a R$ 743,1 milhões. Mais uma vez, pesou o crescimento das despesas com pessoal e serviços médicos, que avançou 31,3%, principalmente por conta da difícil base de comparação com 2020. Além disso em 2021, houve uma recomposição de quadro para suportar maior demanda nas unidades, melhoria do nível de serviços e expansão de rotas no Atendimento Móvel.

“Tivemos uma capacidade importante de negociação (para controlar custos): conseguimos manter a mesma margem do ano anterior, reflexo dessa administração. Não vemos a pressão da inflação ainda, mas temos o desafio de manter essa disciplina com as margens”, afirma José Antonio de Almeida Filippo, diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores do Fleury.

Despesas operacionais e equivalência patrimonial somaram R$ 120,1 milhões no quarto trimestre, aumento de 12,6% ante os mesmos meses de 2020, com avanço de 50,2% em despesas gerais e administrativas.

A dívida líquida do Fleury ao fim de dezembro chegou a R$ 1,411 bilhão, crescimento de 56,6% ante um ano antes. A alavancagem medida pela relação da dívida líquida sobre o Ebitda LTM (últimos 12 meses) ficou em 1,3 vez.

O capex somou R$ 185,2 milhões no trimestre e R$ 413,3 milhões em 2021, crescimento anual de 145,8% e 120%. Segundo a empresa, essa elevação é consequência principalmente da retomada de investimentos prorrogados em 2020 durante a fase mais aguda da pandemia. Os investimentos na linha de Novas Unidades, Expansão de Oferta em Unidades Existentes e Áreas Técnicas apresentaram aumento de 164,2% no ano de 2021 e de 197,5% no trimestre, com a ampliação e modernização dos serviços nas unidades de atendimento.

Composição da receita

Em comentário que acompanha o balanço, nos últimos dois anos, o Fleury destaca que expandiu o atendimento móvel, que representou 7,4% da receita total anual do grupo, o equivalente à receita média de 26 unidades físicas. A empresa teve em 2021 a inclusão de 40 unidades de atendimento por meio de aquisições, abertura de três novas unidades de atendimento organicamente, além da reforma de 14 unidades.

A contribuição dos exames de covid-19 na receita bruta manteve a tendência de queda e no trimestre registrou novamente o menor patamar desde o início da pandemia, representando 5,7% da receita bruta total. No ano, os exames de covid-19 equivaleram a 7,3% do indicador. A realização de exames eletivos já se encontra em níveis superiores ao período anterior à pandemia.

De acordo com o Fleury, é importante considerar na comparação trimestral a forte base de comparação do último trimestre de 2020, um ano atípico em termos de sazonalidade, beneficiado por medidas para conter efeitos do início da pandemia e retomada de procedimentos eletivos que foram represados no segundo trimestre de 2020. “Em relação ao quarto trimestre de 2019, nossa receita bruta aumentou em dois dígitos (33,0%), desconsiderando aquisições realizadas no período”, afirma a empresa.

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