FLISI: 2ª edição da Festa Literária da Serra Imperial começa na quarta

27/08/2017 07:00

A segunda edição da Festa Literária da Serra Imperial, FLISI, começa nesta quarta-feira (30) e vai até sábado (02). Sua programação, gratuita e aberta ao público, vai acontecer de forma paralela em espaços culturais como a Casa Stefan Zweig, o Centro de Cultura Raul de Leoni, a Casa Claudio de Souza e a Casa da Educação Visconde de Mauá, que irá homenagear o centenário de Antonio Callado por meio da exposição Quarup e pela inauguração de uma Sala de Leitura que levará seu nome. Além disso, o Museu Imperial também será palco da Festa. O local vai sediar a exposição Casamentos e Relações Dinásticas no Brasil Imperial e o lançamento exclusivo do livro “Viagem ao Brasil”.

De acordo com Cristina Oldemburg, curadora do evento, por meio das palestras, exposições, lançamentos literários, debates e encontros com artistas, o público é estimulado não só a conhecer novos escritores, mas, principalmente, a pensar de forma crítica. “A FLISI é, sobretudo, um instrumento de valorização da memória cultural e histórica do país visto que, sem uma visão do passado, não se pode compreender o presente nem construir o futuro", explica ela.

Por meio de uma programação diversificada, o evento busca ampliar cada vez mais seu público. Na Casa da Educação serão disponibilizadas oficinas literárias para crianças e jovens e, na biblioteca Rocambole, localizada no Museu Imperial, será oferecida a Hora do Conto para grupos escolares de 9 a 10 anos. Maurício Vicente Ferreira Junior, diretor do Museu Imperial, explica a lógica de formação de públicos. “Acreditamos que as crianças fazem parte de um público que precisa ser cativado desde cedo. Buscamos disseminar o hábito da leitura e ressaltar o fato de que, ainda hoje, é possível dedicar algumas horas de nossos dias aos livros”.

Também no Museu será lançado com exclusividade o livro “Viagem ao Brasil”: crônica construída através do olhar do jovem austríaco Franz Joseph Frühbeck e que retrata os bastidores da viagem de D. Leopoldina ao Brasil para se casar com D. Pedro I. Além disso, no local será exibida a exposição Casamentos e Relações Dinásticas no Brasil Imperial. A mostra busca abordar o fato de que, na época do Brasil Imperial, os casamentos eram relações entre Estados e não necessariamente entre pessoas.

Maurício explica o intuito da exposição e ressalta a importância da Festa Literária da Serra Imperial como instrumento de mobilização cultural. “A exposição sobre os casamentos é um exercício de reflexão sobre a inserção do Brasil no cenário internacional de transição dos costumes para a modernidade. Nosso objetivo é evidenciar o fato de que as uniões matrimoniais eram uma estratégia de expansão no novo mundo a partir das alianças e acordos de paz que eram oficializados entre os Estados. Por meio da FLISI buscamos fazer com que o Museu e a cidade sejam um convite à reflexão, à leitura e à produção de textos. Buscamos atingir novos públicos e novas gerações para que eles possam aprender práticas relacionadas a outros períodos e compará-las com a atualidade, tornando possível a construção de um mundo melhor”.

Nesta edição, em comemoração aos 120 anos da Academia Brasileira de Letras, o homenageado será Machado de Assis. No dia 30 de agosto, às 19 horas, o imortal Antonio Carlos Secchin abre a Festa no Cine Teatro Museu Imperial com a palestra “Traindo a Tradição: Machado de Assis e Dom Casmurro”. Além disso, será inaugurada a exposição “A Serra Imperial de Machado de Assis e seus melhores poemas”, com fotos da Biblioteca Nacional associadas às suas poesias no Centro de Cultura Raul de Leoni, no dia seguinte, 31, às 11 horas.

Assim como Machado de Assis, Antonio Callado também será homenageado pela FLISI. Uma Sala de Leitura com seu nome será inaugurada às 14 horas do dia 31 na Casa da Educação Visconde de Mauá. A iniciativa faz parte do projeto Alegria de Ler do Instituto de Desenvolvimento Oldemburg, que já instalou 840 salas de leitura no país com 1000 livros novos em cada uma. Logo depois, no mesmo local, será inaugurada a mostra Quarup, que tem como objetivo resgatar o romance entre os índios do Xingu retratado por Callado em sua obra. A exibição, que será constituída por 10 painéis com fotos associadas a fragmentos literários do livro, poderá ser visitada até o dia 20 de setembro, de segunda a sexta, das 8 às 18 horas.


A programação completa do evento você confere abaixo:

DIA 30 DE AGOSTO | 4ª FEIRA

19H ABERTURA DA FESTA LITERÁRIA DA SERRA IMPERIAL

TRAINDO A TRADIÇÃO: MACHADO DE ASSIS E DOM CASMURRO

HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS NOS 120 ANOS DA ABL

PALESTRANTE CONVIDADO Antônio Carlos Secchin

AUTÓGRAFOS DO CONVIDADO

BRINDE DE HONRA

Machado de Assis foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras em 1897 e, até sua morte em 1908, presidiu a instituição. O primeiro romance que publicou após a fundação da ABL foi Dom Casmurro em 1900, uma de suas obras mais famosas. A crítica de Dom Casmurro sempre se ocupou da questão do suposto adultério de Capitu, o que é considerado um eixo fundamental do livro. A personagem, adúltera ou não, é um tema que até hoje provoca paixões e divide opiniões. Na palestra, serão apresentados os principais argumentos “contra” e “a favor” de Capitu ao longo do tempo, e será proposta uma alternativa que procura redimensionar o problema, levantando uma hipótese até então desconsiderada.

LOCAL Cine Teatro Museu Imperial

DIA 31 DE AGOSTO | 5ª FEIRA

11H INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO A SERRA IMPERIAL DE MACHADO DE ASSIS

E SEUS MELHORES POEMAS

LOCAL Centro Cultural Raul de Leoni


13H30 APRESENTAÇÃO DO CORAL AS JOVENS PRINCESAS DE PETRÓPOLIS,

COM REGÊNCIA DE RODRIGO D’ÁVILA

LOCAL Casa da Educação


14H INAUGURAÇÃO DA SALA DE LEITURA ANTÔNIO CALLADO

ABERTURA DA EXPOSIÇÃO Quarup, baseada na obra de Antônio Callado

LOCAL Casa da Educação


15H VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO A SERRA IMPERIAL DE MACHADO DE ASSIS

E SEUS MELHORES POEMAS

LOCAL Centro Cultural Raul de Leoni



16H EXPOSIÇÃO CASAMENTOS E RELAÇÕES DINÁSTICAS

NO BRASIL IMPERIAL

Visita guiada com o diretor do Museu Imperial e curador da exposição, Maurício Vicente Ferreira Jr.

A exposição convida o público a refletir sobre a inserção do Brasil no cenário internacional de transição dos costumes e cerimoniais principescos para a modernidade.

LOCAL Museu Imperial


17H ESPAÇO DA LITERATURA PETROPOLITANA

LOCAL Casa da Educação


19H APRESENTAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO PAIXÃO, DE ANTÔNIO CALLADO

MEDIADOR Norton Ribeiro

LOCAL Cine Clube Mauá – Casa da Educação


DIA 31 DE AGOSTO | 5ª FEIRA

19H MESA A ATIVIDADE EDITORIAL DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX

PALESTRANTES Cristina Ferrão, José Paulo M. Soares, Fabiano Cataldo

MEDIAÇÃO Mauricio Vicente Ferreira Júnior

O debate apresenta o perfil editorial nos anos 1950 com o movimento desenvolvimentista de JK, o impacto da reforma universitária nos anos 1960, a reverberação do mercado editorial nos anos 1970 e 1980 com o incremento das editoras universitárias e aquelas voltadas para o segmento acadêmico, além das editoras de arte no Brasil.

LOCAL Museu Imperial


DIA 1º DE SETEMBRO | 6ª FEIRA

9H30 VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO QUARUP, BASEADA NA OBRA

DE ANTÔNIO CALLADO

LOCAL Casa da Educação


11H VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO A SERRA IMPERIAL DE MACHADO DE ASSIS

E SEUS MELHORES POEMAS

LOCAL Centro Cultural Raul de Leoni


11H DEBATE SOBRE O LIVRO UNIDADE ESPIRITUAL DO MUNDO

COM TEXTOS DE ALBERTO DINES, CELSO LAFER, KLEMENS RENOLDNER

E JACQUES LE RIDER

APRESENTAÇÃO DA OBRA Israel Beloch

FILME (15 MIN), SEGUIDO DE DEBATE

Em 1936, por ocasião de sua primeira viagem ao Brasil, Stefan Zweig proferiu na Escola Nacional de Música do Rio de Janeiro a conferência: A unidade espiritual da Europa, em que prega o pacifismo, o humanismo e a tolerância em um momento no qual já se desenhavam no horizonte os contornos da Segunda Guerra Mundial. Quatro anos depois, em pleno conflito, voltou à América do Sul e repetiu a conferência em Buenos Aires, rebatizando-a de A unidade espiritual do mundo.

LOCAL Casa Stefan Zweig


14H EXPOSIÇÃO CASAMENTOS E RELAÇÕES DINÁSTICAS NO BRASIL IMPERIAL

VISITA GUIADA COM O DIRETOR DO MUSEU IMPERIAL E CURADOR DA EXPOSIÇÃO,

MAURÍCIO VICENTE FERREIRA JR.

A exposição convida o público a refletir sobre a inserção do Brasil no cenário internacional de transição dos costumes e cerimoniais principescos para a modernidade.

LOCAL Museu Imperial


14H HORA DO CONTO NA BIBLIOTECA ROCAMBOLE

GRUPOS ESCOLARES DE 9 A 10 ANOS DE IDADE

Leitura do livro Leopoldina, a princesa do Brasil, de Clóvis Bulcão, abordando a infância, o casamento e a vida no Rio de Janeiro da princesa, bem como, o marcante evento da independência do Brasil. Após a leitura da obra, o grupo será convidado a fazer uma visita temática ao Museu Imperial para reconhecer imagens e objetos do acervo alusivos à Dona Leopoldina.

LOCAL Museu Imperial


DIA 1º DE SETEMBRO | 6ª FEIRA

14H LANÇAMENTO DO PROJETO 20 ANOS SEM PAULO FREIRE

EXPOSIÇÃO SOBRE A VIDA E A OBRA DO AUTOR.

Lançamento da biografia do educador com a presença de sua esposa, a autora Nita Freire, com palestra para professores e pedagogos.

LOCAL Casa da Educação


15H LANÇAMENTO DO LIVRO VIAGEM AO BRASIL, DE FRANZ FRÜHBECK

MESA D. LEOPOLDINA: A PRINCESA DO BRASIL

CONVIDADOS Clóvis Bulcão, Patrícia Souza Lima, Paulo Knauss

MEDIAÇÃO Cláudia Maria Souza Costa

AUTÓGRAFOS DOS CONVIDADOS

O livro de Franz Frühbeck é inédito e foi especialmente editado pelo Instituto Oldemburg em parceria com o Museu Histórico Nacional. O jovem Frühbeck acompanhou a Imperatriz Leopoldina em sua viagem de navio ao Brasil e registrou cenas marcantes da nossa história. Debate sobre a vida e a correspondência da princesa austríaca Leopoldina, cujas cartas relatam o cenário conturbado da época tão bem quanto uma biografia. Leopoldina viveu plenamente o tempo de revoluções do século XIX, quase todas dirigidas contra a ordem político-social monárquica que dominava colônias no além-mar; quase todas feitas em nome da liberdade, da democracia política ou social, da independência ou salvaguarda de unidades nacionais. Para uma mulher de seu tempo, entre o velho e o novo continente, ela vivencia paradoxalmente o conceito de liberdade em disputas políticas: sua escrita exalta com precisão a tensão política da vida na Corte portuguesa, a qual teve que se adaptar, especialmente após o retorno de D. João VI para Portugal em 1821.

LOCAL Museu Imperial


15H VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO A SERRA IMPERIAL DE MACHADO DE ASSIS

E SEUS MELHORES POEMAS

LOCAL Centro Cultural Raul de Leoni


15H30 APRESENTAÇÃO DO CORAL DOS ANJOS, COM REGÊNCIA

DE DANILO HENRIQUES

LOCAL Casa da Educação


17H ESPAÇO DA LITERATURA PETROPOLITANA

LOCAL Casa da Educação



18H MESA MACHADO DE ASSIS E PETRÓPOLIS, A CIDADE DA PAZ

CONVIDADOS Marcelo Fernandes, Suzana Klôh

MEDIAÇÃO Leandro Rodrigues

A mesa Machado de Assis e a Cidade da Paz explorará a relação de Machado de Assis com a cidade de Petrópolis, uma vez que, embora seja citada constantemente em sua obra, não há relatos de que o Bruxo do Cosme Velho, em algum momento, tenha, de fato, visitado a cidade Imperial.

LOCAL Centro Cultural Raul de Leoni


19H30 MESA HERÓI DE GUERRA OU VILÃO SANGUINÁRIO? O CONDE D’EU,

A GUERRA DO PARAGUAI E A POLÍTICA IMPERIAL

CONVIDADOS Rodrigo Goyena Soares, Ricardo Salles

MEDIAÇÃO Maria de Fátima Argon

AUTÓGRAFOS DOS CONVIDADOS

PROGRAMAÇÃO

A palestra buscará revisitar o lugar do Conde d’Eu na Guerra do Paraguai e, igualmente, propor respostas às controvérsias historiográficas sobre este personagem ainda pouco conhecido do grande público. Do ponto de vista histórico, o Conde d’Eu era visto com imensa desconfiança pelo partido conservador, que o julgava próximo demais das alas liberais. A seu turno, os membros do partido liberal vislumbravam no Conde a garantia de retorno ao poder, após a crise de 1868 alijá-los dos gabinetes imperiais. Para Dom Pedro II, ainda, as vitórias do Conde d’Eu – marido da Princesa Isabel e, portanto, genro do Imperador – dariam bons augúrios para um eventual Terceiro Reinado. Não menos controversas foram as ponderações historiográficas sobre as ações militares do Conde d’Eu: teria ele sido o autor da execução sumária de oficiais paraguaios ou seria essa perspectiva um relato histórico imiscuído em uma campanha republicana de rejeição tanto ao Conde quanto à Princesa Isabel?

LOCAL Museu Imperial


DIA 2 DE SETEMBRO | SÁBADO

11H VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO A SERRA IMPERIAL DE MACHADO DE ASSIS

E SEUS MELHORES POEMAS

LOCAL Centro Cultural Raul de Leoni


11H VISITAS INTERATIVAS

LOCAL Casa da Educação



15H MESA A MEMÓRIA COMO FONTE PARA A FICÇÃO E A NÃO FICÇÃO

CONVIDADOS Clóvis Bulcão, Ruy Castro, Heloísa Seixas.

MEDIAÇÃO Lara Sayão

LOCAL Museu Imperial

AUTÓGRAFOS DOS CONVIDADOS

Conversa entre três escritores que transitam entre a ficção e a não ficção a partir da memória. Enquanto Clóvis Bulcão e Ruy Castro escrevem biografias e livros de reconstituição histórica, Heloisa Seixas é autora de romances e contos. Só que, no caso do casal Ruy Castro e Heloisa Seixas, às vezes, os papéis se invertem e eles se metem na seara um do outro. Os três irão conversar com o público sobre os prazeres e os desafios da escrita, bem como, sobre as diferenças entre biografia e memória, e entre ficção e não ficção.

LOCAL Museu Imperial


15H VISITA GUIADA A EXPOSIÇÃO A SERRA IMPERIAL DE MACHADO DE ASSIS

E SEUS MELHORES POEMAS

LOCAL Centro Cultural Raul de Leoni


18H30 ENCERRAMENTO DA FLISI

UM SARAU IMPERIAL

Dramatização interativa de uma atividade típica de lazer do século XIX. Embalado por modinhas imperiais cantadas por uma soprano e acompanhadas ao piano, o público assiste e participa com canções, declamação de poesias e conversas sobre assuntos sociais, econômicos, políticos e culturais da época, retirados da correspondência particular da família imperial. Conta com as personagens históricas Princesa Isabel, Condessa de Barral, Baronesa de Loreto, Francisca Taunay e Adelaide Taunay.

LOCAL Museu Imperial


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