Focus: IPCA 2022 cai de 7,15% a 7,11%; de 2023 sobe pela 18ª vez e vai a 5,36%

08/08/2022 10:09
Por Thaís Barcellos / Estadão

O Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira (8), mostrou nova desaceleração na mediana para o IPCA – índice de inflação oficial – deste ano, enquanto a projeção para 2023, foco principal da política monetária, não para de subir, ambas ainda acima do teto da meta.

Com o efeito das desonerações sobre combustíveis e energia e da queda do preço da gasolina, a estimativa para o IPCA de 2022 cedeu pela sexta semana consecutiva, de 7,15% para 7,11%. Em contrapartida, a de 2023 continua avançando, agora de 5,33% para 5,36% – a 18ª alta seguida. Há um mês, as estimativas eram de 7,67% e 5,09%, respectivamente.

Considerando somente as 49 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2022 passou de 7,11% para 7,10% e a de 2023 foi de 5,32% para 5,37%.

Os porcentuais divulgados na Focus desta semana continuam a apontar para três anos consecutivos de estouro da meta a ser perseguida pelo Banco Central, após o descumprimento já observado em 2021, com o IPCA de 10,06%. O alvo para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de até 5,00%, enquanto, para 2023, a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%.

A mediana para o IPCA de 2024 continuou em 3,30%, repetindo o porcentual de um mês antes, já acima do alvo central (3,00%, com intervalo de 1,5% a 4,5%). Com a mesma meta, a previsão para 2025 permaneceu em 3,00%, porcentual igual ao de 56 semanas atrás.

No Copom deste mês, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 6,8% em 2022, 4,6 % em 2023 e 2,7% para 2024. O colegiado elevou a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,75% ao ano.

Outros meses

Os economistas do mercado financeiro reduziram levemente a deflação esperada para o IPCA de julho, de -0,65% para -0,64%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Um mês antes, o porcentual projetado era de queda de 0,28%.

Para agosto, a projeção de queda do IPCA no Focus se intensificou, de recuo de 0,11% para redução de 0,15%, ante avanço de 0,16% há quatro semanas. Para o índice de setembro, a estimativa de aumento continuou em 0,50%, contra 0,48% de um mês antes.

Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses acelerou, de alta de 5,52% para 5,69% de uma semana para outra – há um mês, estava em 5,16%.

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