França, treinador do Petrópolis FC, fala sobre o planejamento do clube e sua carreira no futebol

23/jun 08:45
Por Enzo Gabriel

O Petrópolis FC, um dos dois representantes da Cidade Imperial no Campeonato Carioca da Série A2, tem França como treinador, gerindo a equipe em busca dos objetivos da temporada. O técnico, que está em sua segunda passagem pelo clube, conversou exclusivamente com a Tribuna e contou sobre sua trajetória e sobre os objetivos do Petrópolis dentro das competições que disputa.

Planejamento do Petrópolis FC

“O planejamento é feito jogo a jogo, diante das circunstâncias, como condição de tabela, implementação de ideias de acordo com o adversário e de acordo com o que temos de material humano. Tivemos baixas consideráveis como o Araruama e o Sibito, mas temos um elenco forte que pode substituir à altura e temos trabalhado nesse sentido. O Petrópolis, apesar de ser um clube jovem, é extremamente ambicioso dentro das suas ideais. Isso é visto na busca por atletas, na forma como as coisas são conduzidas e na escolha de profissionais. O clube está no caminho certo e, se Deus quiser, brevemente, estará alcançando a primeira divisão”, afirma o treinador.

Foto: Luiza Soares

Dificuldade e nível da competição

“Quando falamos da A2, temos que ressaltar as dificuldades do dia a dia, como jogos e enfrentamento. Tem grandes diferenças de piso, em questões que são muito difíceis de controlar. Se o gramado é comentado na primeira divisão do Brasil, imagina aqui. Então, muita coisa influencia e tem que ser levada em conta. A competição tem várias equipes qualificadas e o Petrópolis não foge disso. Precisamos nos entregar e colocar o clube onde ele merece. Nos últimos anos, o campeonato começou a ganhar uma roupagem interessante. O comprometimento da Ferj com a competição e também das instituições aumentou. Isso fez com que as pessoas olhassem com um olhar diferente. Os profissionais são qualificados buscando espaço no mercado e sabem a importância disso”, conta França.

Carreira como jogador

França, dentro do futebol, teve seu início como jogador, assim como diversos outros treinadores. Formado nas categorias de base do Fluminense, o técnico parou cedo e contou sobre sua trajetória dentro de campo:

“Fui atleta do Fluminense na minha formação, chegando em 1997 na categoria infantil, passo pelo juvenil, juniores e subo para o profissional em 2001. Depois, fico no clube até janeiro de 2004. A partir daí começo a girar, dentro da vida difícil do atleta profissional, quando não se consegue mais um contrato tão longo. Passo por times de menor investimento, rodo no Olaria, São Cristóvão, Boavista. Ainda me aventuro na Macedônia do Norte em busca de um contrato mais longo. Lá, assino por três anos, mas fico apenas um ano e meio. Tive lesões seguidas e deu uma baqueada. Foi muito difícil, senti desânimo e optei por voltar ao Brasil. O clube entendeu o momento e eu abri mão do ano e meio restante de contrato. No Brasil, descobri que a lesão era séria, me cuido, jogo no CFZ, que abriu as portas para mim, mas após isso surge mais dificuldade na busca por novas oportunidades e eu acabo buscando um novo caminho. Sou um ex-atleta que parou bem cedo, com 26 para 27 anos, mas sou muito grato aos clubes que passei como atleta e é muito bom ter deixado a porta aberta em todos os lugares, fazendo amigos e esse é o legado que sempre tentei deixar na minha carreira”.

“Na minha geração da base tinham vários jogadores, como o Fernando Henrique, Martinez, Jancarlos, Antônio Carlos, Rodolfo, Júnior César, Carlos Alberto, Tinoco, Alex Terra, Julio Cesar. No profissional tinha Roni, Magno Alves, Marco Brito, Bismarck. Depois ainda pego outro grupo com Romário, Josafá e Fernando Diniz”, relembra o treinador sobre seus companheiros de clube.

Início como treinador

“Após ter trabalhado com outra profissão, comecei a sentir falta do futebol. Então, depois de pouco mais de um ano, comecei a estudar. As pessoas entendiam que eu tinha um perfil interessante para ser treinador e fui oportunizado como estagiário na base do Botafogo. Desde então, passei pelo departamento de captação, rodei por todas as categorias, do sub-11 ao sub-20, sendo auxiliar e treinador. Também trabalhei no Barra da Tijuca, no Boavista, no Bangu e no Confiança. Essa foi a carreira até receber o convite no ano passado para estar no Petrópolis FC. Vim como auxiliar do Eduardo Allax e depois assumi como treinador na Copa Rio. Retornei ainda para o Bangu como auxiliar permanente neste ano, antes de voltar para Petrópolis. Aceitei por acreditar no projeto ambicioso que o clube tem”, diz França sobre sua trajetória.

Referências no futebol

Como treinador, França tem suas inspirações e fala sobre Fernando Diniz, atual treinador do Fluminense, com quem atuou, e sobre Felipe Maestro, ídolo do Vasco e atual Diretor Técnico do clube, de quem foi auxiliar:

“O Fernando Diniz é uma referência profissional, um cara sensacional que sempre foi uma pessoa incrível. Tive oportunidades de encontrar com ele recentemente, uma vez no aeroporto e outra vez o enfrentando pelo Bangu. Outra pessoa que preciso agradecer por ter me visto é o Felipe Maestro. Esse cara é de uma grandeza incrível e me deu vários ensinamentos”.

Maurício Souza, ex-auxiliar técnico do Flamengo e treinador do Vasco, atualmente no Sub-23 do Red Bull Bragantino, e Eduardo Allax também foram citados entre os grandes companheiros de trabalho:

“Fui auxiliar do Maurício Souza por três anos no Botafogo. Ele tem uma leitura absurda na beira do campo que me fez crescer muito como profissional. Era incrível como o que ele via era determinante na partida. As observações e ajustes dele mudavam o jogo. O Eduardo Allax me trouxe para o Petrópolis e me ensinou muito da fase defensiva do jogo, de como ajustar as peças. Cada profissional me trouxe algo muito importante”, finaliza.

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