Frequentadores do Restaurante Popular cobram agilidade nas obras do espaço
Local segue entregando diariamente as refeições. No entanto, em obras desde 2022, os frequentadores se espalham por diferentes pontos da cidade para realizarem as refeições
O Restaurante Popular Regina de Lurdes Pereira, no Centro, está fechado para refeições no local desde o dia 24 de março do ano passado, devido a obras. A demora nas intervenções vem gerando indignação dos frequentadores do espaço, já que sem o local, precisam buscar alternativas para a realização das refeições, e em muitas das vezes, acabam fazendo das ruas o seu refeitório.
Vale destacar que antes das obras iniciarem, já não era possível comer no local por conta da pandemia da COVID-19. Agora, as intervenções no espaço impedem que os frequentadores utilizem o espaço.
Para uma das clientes assíduas do restaurante, que preferiu não se identificar, é incômodo não ter aonde comer. “A gente que não tem um local para tomar café direito, tem que ficar andando com copo e pão na mão, sentar pelas calçadas… Na hora do almoço é a mesma coisa”, diz.
Para ela, que vai até o local de segunda a sexta-feira na parte da manhã, é perceptível a quantidade de pessoas procurando um local para a refeição. “Sendo que o restaurante foi feito para isso. A pessoa entrar, sentar, comer com dignidade. Sempre foi tudo muito organizado, tudo muito limpinho, não tem o que falar disso”, ressalta.
A frequentadora do local ainda conta que a dificuldade das pessoas com deficiência em comer na rua é ainda maior. “Vi um senhor que tinha um braço amputado. Na hora de tomar o café, tinha um outro senhor o ajudando. Ou seja, duas pessoas de idade com café quente na mão, com risco de virar, com uma delas não conseguindo segurar o copo, abrir o pacote de pão e segurar ambos para se alimentar”, comenta.
Para a aposentada Zélia Ferreira, que esteve no restaurante nesta sexta-feira (28), e costuma usá-lo com frequência, seria ótimo reabrir o espaço para as refeições. “Eu quero que abra lá em cima, porque lá a gente tem salada, duas opções de carne para a gente comer e a gente ganha suco, tem sempre uma fruta pra gente e lá é muito melhor”, afirma.
Zélia ainda diz que vê, frequentemente, pessoas comendo perto de bichos nas ruas. “É muito vergonhoso para a nossa cidade”, finaliza.
Já a camelô Francisca de Fátima, diz que seria viável ter as opções de comer no local ou levar a quentinha. “Quem não trabalha, come lá em cima. Quem tem trabalho, seria melhor pegar a quentinha e vai comer no nosso trabalho”, sugere.
Ela é cliente do restaurante desde que abriu e conta que gosta da opção de levar a comida para comer onde quiser, mas entende que nem todos têm aonde se alimentar.
O local serve 3,1 mil refeições diárias, entre café da manhã, almoço e lanche da tarde a preço popular para todos. De acordo com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, atualmente, são dez unidades em operação em todo o estado com fornecimento de 23 mil refeições diárias.
O que diz o Estado
A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos informou que, durante as obras em 2022, foi detectado um vazamento no telhado do prédio anexo e por isso foi necessária uma nova intervenção, desta vez um pouco mais demorada. Antes destas obras era possível comer no local. Assim que possível, o Restaurante do Povo será liberado para os usuários.
A pasta ainda informou que a obra estava sendo concluída, quando foi necessário fazer uma nova licitação para a contratação de uma empresa para a reforma do telhado e reparos da parte danificada. A expectativa é que todo o serviço esteja finalizado até o fim de agosto.