Funcionários da obra da nova subida da serra fazem manifestação reivindicando o reajuste salarial
Os trabalhadores da obra da nova subida da Serra fecharam a pista da BR-040 sentido Rio de Janeiro, no início da manhã de hoje. A manifestação aconteceu por volta das 7h40, no KM 81, próximo à entrada do bairro Duarte da Silveira. Meia pista foi liberada com a chegada da Polícia Rodoviária Federal. O protesto, que reivindica o reajuste salarial e a manutenção dos benefícios, causou o congestionamento de 5km e 40 minutos de retenção. As obras estão paralisadas desde o primeiro minuto da última segunda-feira, quando a greve começou.
Cerca de 50 funcionários do Consórcio Nova Subida da Serra (uma fusão das empresas Triunfo e Construcap) participaram do movimento, que terminou por volta das 10h30. Um funcionário da Concer, concessionária que administra a rodovia, esteve no local e conversou com os trabalhadores, porém nada ficou resolvido.
De acordo com o diretor do Siticomm (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil), José Ailton Souza, além da falta de reajuste no salário, a concessionária quer também cortar benefícios como a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) pela metade e o auxílio a visita a cada três meses para os funcionários que são de fora. Nossa reivindicação é que a empresa nos dê no mínimo o valor da inflação, que é 11,31%, o aumento do vale alimentação de acordo com o reajuste do salário para que seja linear, dentre outros. Mas estamos abertos a propostash, afirma.
A construção da nova subida da serra, que começou a ser executada em abril de 2013 durante todos os dias da semana, hoje é tocada apenas de segunda a sexta-feira. O motorista Paulo Affonso trabalha na obra há dois anos e, segundo ele, os salários caíram pela metade devido à diminuição da carga horária semanal. Com isso, agora ele recebe pouco mais de R$2 mil. Paulo foi um dos manifestantes que é contra a perda de direitos.
“O benefício não pode ser retirado. Temos um plano de saúde que teve acréscimo sem nenhuma comunicação e que não dá direito quase nenhum. Não tem como não fazermos isso, vamos continuar com os serviços paralisados até obter uma resposta”, disse Paulo.
A manifestação teve a presença da PRF, que chegou no local a pedido da Concer, por volta das 8h20, e pediu a abertura de uma das vias. “É um manifesto pacífico. Os trabalhadores são bem focados nos seus objetivos e durante o protesto deixaram todos os veículos de emergência passarem”, garantiu o policial Reis.
Com a produção mais lenta, por falta de mão de obra, devido a diversos cortes que têm sido feitos, a previsão de conclusão para agosto deste ano, a tempo das Olimpíadas, teve o prazo prorrogado e a nova data para o término da construção é o segundo semestre de 2017.