Funcionários de empresa terceirizada que faz serviço de varrição e capina cobram pagamento de salários

16/06/2020 20:02

Funcionários da empresa JL & M Construtora e Incorporadora fizeram uma manifestação em frente ao escritório da firma, que funciona no mesmo prédio da Secretaria de Obras, na entrada da Vila Militar, na manhã desta terça-feira (16), para cobrar o pagamento dos salários de maio, que deveriam ter sido depositados no quinto dia útil deste mês. A empresa foi contratada pela Prefeitura em 2019 para fazer o serviço de varrição, capina, limpeza e pintura de meio-fios e sarjetas pelo custo de R$ 1,356 milhão pelo período de 180 dias.

A JL & M Construtora e Incorporadora está envolvida em fraudes na cidade de Itaperuna e é alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPERJ). A ação foi aberta em março do ano passado e levou ao afastamento do prefeito do município, Marcus Vinicius de Oliveira Pinto. Este ano ele foi reconduzido ao cargo. 

No processo aberto pelo MPE, há informação de que o endereço da sede da empresa corresponde a um imóvel onde funciona uma loja de pneus em Brasília. O Ministério Público também apurou que houve divergência nas assinaturas de um dos sócios da empresa, levando os procuradores a acreditarem se tratar de um “laranja”.

“Na semana passada mandaram vários embora e até agora não recebemos nossos salários. Nunca pagaram em dia, mas esse mês o atraso já chega a 12 dias. Temos nossas contas e não há nenhuma posição”, disse um dos funcionários.

Os trabalhadores ficaram cerca de uma hora no local e a informação que tiveram é que  atraso nos pagamentos dos salários foi devido a problemas no contrato. “Não temos nenhuma previsão de quando vão pagar”, lamentou o funcionário.

Em nota, a Prefeitura informou que “não interfere nas questões trabalhistas entre a empresa e os seus funcionários”, mas garantiu que está em contato com a firma para que os serviços contratados não sofram interrupções.

Sobre o prazo contratual, a Prefeitura informou que o contrato foi prorrogado por mais 180 dias.

A Prefeitura também saiu em defesa da empresa e garantiu que a JL&M não tem sede em Brasília, mas sim em Bom Jesus do Itabapoana, “conforme documentação apresentada tanto para a Prefeitura de Petrópolis quanto para o município de Bom Jesus do Itabapoana”. A informação, no entanto, é desmentida pela própria carteira de trabalho dos funcionários, onde consta a informação da sede da empresa em Brasília.

O pagamento dos funcionários foi liberado na noite desta terça-feira.

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