Funcionários do Banco do Brasil usam luto para protestar contra mudanças

11/08/2019 15:15

Bancários protestaram na tarde dessa sexta-feira (9) em defesa do banco público e cobraram transparência sobre o novo Plano de Adequação de Quados (PAQ) anunciado no final de julho pelo Banco do Brasil. Funcionários das agências vestiram preto durante o expediente e integrantes do Sindicato dos Bancários de Petrópolis realizaram um ato de conscientização em frente as três agências do BB da cidade.

No dia 29 de julho foi anunciado mais um Plano de Adequação de Quadros (PAQ) no Banco do Brasil, com previsão de extinção de funções, redução de postos de trabalho e fechamento de agências e departamentos. De acordo com o sindicato, o banco também prepara um novo plano de desligamento incentivado. Em Petrópolis, o ato começou em frente à Agência Imperador, na rua do Imperador, e seguiu para a Agência Petrópolis, na Rua Paulo Barbosa, encerrando na Agência Estilo Imperial, também na Rua do Imperador.

“É uma ação puxada pelo Sindicato, mas é uma luta de todos os funcionários, então todos aderiram para mostrar a indignação contra os ataques que o banco vem sofrendo. As agências estão funcionando normalmente, estamos realizando um ato de conscientização e educação da população em relação à importância de o banco continuar público e sobre a reestruturação”, disse o presidente do sindicato e funcionário do Banco do Brasil, Marcos Alvarenga.

Entre as alterações está a implantação de novas agências digitais. O PAQ prevê a criação de 42 novas Agências Empresas até outubro, e a transformação de 333 agências em Postos de Atendimento Avançado (PAA) e outros PAAs em agências. Além disso, o banco prepara um novo plano de demissão. Serão extintos 2,3 mil dotações. Algumas dessas vagas já estavam em excesso no quadro do banco e desaparecerão. Para as demais, não foram dadas informações.

“Nós já estamos há muito tempo sem ter concurso público, por exemplo, então não tem um cadastro de funcionários esperando para ser convocados, e estão reduzindo mais uma vez o número de trabalhadores e adequando as agências para atendimento digital, ou seja, está tirando a questão da personalidade, do atendimento olho a olho, para ir para o digital, e diminuindo o número de funcionários em todo o país”, explicou Alvarenga.

Com a transformação das agências em PAAs, os funcionários acreditam que o banco perderá a sua função social. “Terá uma piora no atendimento, na qualidade e na agilidade, além da sobrecarga dos bancários que ficam, então também afeta na saúde desses funcionários”, continuou Marcos.

Os protestos fazem parte do calendário de luta em defesa dos bancos públicos. Marcos acredita que esta reestruturação é uma preparação para a privatização do banco público. “Esse PAQ é uma continuidade na reestruturação de 2016, porque nós, funcionários e integrantes do sindicato, acreditamos que essa reestruturação, já é um passo para a privatização do banco, então estamos aqui para defender que o banco continue 100% público”, disse.

 

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