Futsal é exemplo para seleção brasileira de futebol, diz coordenador de seleções da CBF

08/out 21:20
Por Ricardo Magatti / Estadão

Há oito meses coordenador de seleções da CBF, Rodrigo Caetano, reconheceu que o seu trabalho e o da comissão técnica poderiam ser melhores ao fazer uma avaliação sobre a origem dos resultados ruins da seleção brasileira, que vive péssima fase e é apenas a quinta colocada das Eliminatórias para a Copa do Mundo. O cartola citou dificuldades, como lesões e tempo curto de trabalho, mas admitiu que são problemas aos quais ele e Dorival Júnior não podem se apegar.

“Não estamos confortáveis com o que a gente apresentou, principalmente nesses últimos jogos”, reconheceu Rodrigo Caetano, em entrevista rápida à imprensa no CT do Palmeiras. “Temos que apresentar resultado e temos que apresentar desempenho. É pouco tempo se tratando de futebol? Sim, mas da mesma forma que a gente sabe que esse tempo é fictício. E a gente trabalha de forma silenciosa, tentando não dar muitas justificativas, mas que ali na frente a gente consiga apresentar esse resultado que todos nós queremos.”

Segundo o executivo, um exemplo que pode servir ao time de Dorival é o futsal brasileiro, que no último domingo sagrou-se hexacampeão mundial ao derrotar a Argentina na final. “Vale de parâmetro de comparação o futsal brasileiro, que foi hexacampeão muito pela coletividade que conseguiram implementar com o (técnico) Marquinhos (Xavier).” A CBF, cabe lembrar, assumiu a gestão do futsal recentemente, em 2021.

O paralelo foi feito ao falar sobre como hoje, no futebol mundial, o trabalho coletivo tem se sobreposto aos talentos individuais. Esse futebol coletivo bem-sucedido é uma das razões, na avaliação de Rodrigo Caetano, para outras seleções terem deixado o Brasil para trás nos últimos anos. “Vamos ter sempre os grandes jogadores, os craques, mas eles aparecem por causa da coletividade.”

Rodrigo Caetano negou que negocia seu retorno ao Atlético Mineiro. Seu plano é permanecer na CBF, apesar de ter boa relação com o clube do qual saiu em fevereiro.

“O que tem de verdade é um carinho que eu tenho pelo Galo, isso é inegável, sempre deixei isso claro. Mas não tem nenhum tipo de negociação, nem poderia ter, eu tenho um compromisso com a CBF, um contrato, espero que possa cumpri-lo até o final, em 2026”, disse. “A gente sabe que o futebol, seja de clube ou de seleção, é pautado pelos resultados. Mas, no que depender de mim, não vou sair.”

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