Gabriel Medina teve ascensão meteórica no surfe e driblou polêmicas ao longo da carreira

06/ago 08:03
Por Marcos Antomil / Estadão

Gabriel Medina se tornou o maior nome da história do surfe brasileiro no cenário internacional. Seus três títulos no Circuito Mundial o credenciaram ao posto e, nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, o paulista de São Sebastião aumentou ainda mais sua importância na modalidade. Na noite desta segunda-feira, o surfista conquistou a medalha de bronze no Taiti, onde a modalidade está sendo realizada.

Nascido em 22 de dezembro de 1993, Medina desde a infância cultiva uma paixão pelas ondas, impulsionado pelo seu padrasto, Charles Rodrigues, que foi triatleta. O paulista teve uma ascensão meteórica no surfe. Depois de faturar títulos mundiais em categorias inferiores, chegou ao circuito profissional aos 17 anos.

Em 2014, veio o primeiro título na WSL para Gabriel Medina, um dos precursores do movimento chamado de “Brazilian Storm” (“tempestade brasileira”, em inglês), como uma referência à quantidade de talentos vindos no País no mundo do surfe.

No ano seguinte, Medina figurou na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo eleitas pela revista Time. Apesar de bons resultados nas temporadas que sucederam o primeiro título mundial, o surfista não obteve um novo troféu de campeão da WSL até 2018, quando finalmente faturou o bicampeonato.

PERSONALIDADE E POLÊMICAS

Em 2019, Medina teve problemas com o também brasileiro Caio Ibelli na disputa da etapa de Pipeline por interferir em uma tentativa do compatriota de pegar uma onda enquanto eles batalhavam na mesma bateria por uma vaga na final. Medina foi acusado, à época, de “jogo sujo” pelo colega.

Ele também se viu em meio a uma série de polêmicas com familiares e amigos após iniciar um relacionamento com a modelo e ex-BBB Yasmin Brunet. Após o casamento, no fim de 2020, Medina se afastou dos familiares e amigos. Questões envolvendo religião e a alimentação do atleta (que passara a ser vegetariano) foram os temas principais que fizeram a mulher do surfista se tornar mal vista pela família.

Medina chegou aos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, como favorito. Mas, novamente, se viu imerso em uma discussão por causa do seu relacionamento. Por causa das restrições impostas pela organização da Olimpíada diante da pandemia de covid-19, os surfistas só poderiam ser acompanhados no evento por um técnico com experiência comprovada. Medina tentou emplacar Yasmin na função, mas houve veto do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

“Tive um desgaste desnecessário. Pedi a ajuda do COB, eles não puderam me ajudar. Hoje mesmo eu vi uma notícia de que teve uma atleta que levou o marido, né? De última hora. E eu sinto que isso foi muito pessoal, que foi uma ajuda que eu pedi lá atrás”, escreveu Medina à época em suas redes sociais.

Yasmin também trocou farpas com a skatista Letícia Bufoni, de quem o surfista era grande amigo. “Falta de respeito”, escreveu a modelo após Letícia compartilhar um meme que brincava com o veto à ida de Yasmin aos Jogos.

Nas águas japonesas, Medina sofreu com decisões controversas dos juízes e viu o favoritismo submergir. Na decisão da medalha de bronze, foi derrotado pelo surfista japonês Kanoa Igarashi, que provou os brasileiros nas redes sociais: “Chorem, porque eu estou feliz”. “Comparando minhas melhores ondas e as duas melhores dele, eu venci a bateria”, afirmou Medina.

Naquele mesmo ano, o paulista mostrou poder de superação e conquistou seu terceiro título do Circuito Mundial. Mas, em 2022, Medina sofreu com uma lesão e tomou a decisão de tirar um período sabático, ficando ausente das primeiras cinco provas do ano. “Montanha russa de emoções dentro e fora da águas”, afirmou. O principal motivo para essa “montanha russa” foi o término do relacionamento com Yasmin, em janeiro.

Com o fim do relacionamento, Medina se reaproximou da família, especialmente da irmã, Sophia. O padrasto o acompanhou em eventos de 2024, mas não mais como seu treinador. Nesta temporada do Circuito Mundial, o paulista ainda não venceu nenhuma etapa.

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