‘Gêmeas trans’ revê desafios de irmãs mineiras

04/06/2023 08:18
Por Matheus Mans / Estadão

Mayla e Sofia, irmãs gêmeas naturais da pequena cidade de Tapira, no interior de Minas Gerais, viraram notícia da noite para o dia em 2021 depois de passarem, aos 19 anos, por uma cirurgia de redesignação sexual juntas. Agora, dois anos depois, os desafios das duas ganham as telas com a série documental Gêmeas Trans, no HBO Max e Discovery+. São seis episódios: três já estão disponíveis e outros três estreiam na quinta, 8.

Dirigida por Rico Perez, a produção acompanha Mayla e Sofia no dia a dia quando elas se reencontram para curtir férias, rever antigos amigos e encarar novos desafios. Muitas das histórias ali são absolutamente comuns, envolvendo temas como conflitos, amor e realização de sonhos. No entanto, sob a ótica das duas jovens mineiras, tudo ganha outro significado, mostrando a luta pelo reconhecimento e contra o preconceito.

Mayla explica que o processo de gravação da série não foi fácil. Tinha uma psicóloga com a gente o tempo todo, conta ela, que mora em Buenos Aires, onde cursa medicina. Tive alguns episódios de regressão. É normal ter uma vez ou outra, por isso é importante deixar claro para outras mulheres trans como é importante sempre ter acompanhamento psicológico. Achar que a cirurgia vai resolver seu problema é se enganar. Foi o que aprendi.

Já no primeiro episódio da série, visto pelo Estadão, as gêmeas começam a se preparar para um sonho de infância: participar do concurso de beleza realizado na cidade onde cresceram. No entanto, a chegada de Mayla e de Sofia ao interior de Minas Gerais, além do reencontro com a família e o burburinho dos moradores, faz com que a tensão com os preparativos para o concurso de beleza cresça. Como serão os próximos dias para elas?

REVELAÇÕES. Agora, com o lançamento da produção, as duas irmãs sabem que vão ter de lidar com mais exposição. Afinal, mais do que apenas contar a história das duas, Gêmeas Trans mostra detalhes que, até agora, não tinham sido revelados em nenhuma matéria de jornal. É um mergulho na vida das duas jovens, mas que acreditam que há algo de positivo nesse tipo de exposição. A gente pode ajudar a mudar a vida de alguém, afirma Sofia.

Para as irmãs, levar o olhar delas para outras pessoas é o objetivo final da série. A produção tá aí para isso. É para mostrar nossa família e ajudar a quebrar o tabu. A família é o nosso maior refúgio, conta Mayla. Queremos mostrar que isso pode ser possível. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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