George Miller abandona a ação de ‘Mad Max’ por história de amor

23/05/2022 07:30
Por Mariane Morisawa, especial para o Estadão / Estadão

“George Miller me disse que era um filme pequeno, não era Mad Max”, contou Tilda Swinton, na coletiva de imprensa de Three Thousand Years of Longing, no Festival de Cannes. “Só ele mesmo para dizer que um filme sobre três mil anos de história seria pequeno.”

No longa, a atriz interpreta uma especialista em narratologia, investigando as semelhanças entre as histórias contadas por seres humanos de diversas regiões, em diversas épocas. Em Istambul, ela compra uma garrafinha de vidro onde está aprisionado um djinn (Idris Elba), uma espécie de gênio da lâmpada que lhe oferece três desejos.

Assim começa um passeio que volta à Rainha de Sabá e ao sultão otomano Suleiman, o Magnífico, dando a George Miller a chance de se divertir visualmente com sua narrativa por vezes intimista sobre o amor e sobre a necessidade de contar histórias.

CONTO

“George e eu conversamos durante anos sobre a natureza do contar histórias, como encontramos significados nas nossas vidas contando histórias uns para os outros e para nós mesmos”, disse a corroteirista Augusta Gore, que trabalhou com Miller a partir de um conto da escritora A.S. Byatt.

Para o diretor, a fantasia pode ser mais complexa do que as narrativas mais próximas da realidade. Ele também comentou como as histórias de super-heróis de hoje têm suas origens nas mitologias grega, romana e nórdica. “São ecos do passado ajustados para ter significado para nós”, disse.

HISTÓRIA ÚNICA

Para Swinton, o problema não é que elas se repitam. “O perigoso é ter apenas uma história. Vocês, jornalistas, sabem isso melhor do que ninguém. Então está a cargo de vocês que elas continuem múltiplas, variadas, contraditórias, desafiadoras. Porque vimos com clareza nos últimos meses que ter uma história única é muito perigoso. É importante manter abertos os ouvidos e o coração das pessoas.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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