Gestante que foi soterrada na tragédia e passou por nove cirurgias dá à luz ao primeiro filho

02/09/2022 16:23
Por Redação/ Tribuna de Petrópolis

Um momento de muita emoção para a Maria Regina Gomes Alvim, de 21 anos, uma das vítimas da tragédia deste ano em Petrópolis. No dia 15 de fevereiro, Maria, que estava grávida de três meses, foi soterrada por uma barreira e precisou passar por nove cirurgias. No último dia 29 de agosto, uma grande alegria, o nascimento de seu primeiro filho, Felipe Miguel, que nasceu de parto natural com 3 quilos e 450 gramas. Um marco também para o Hospital SMH – Beneficência Portuguesa de Petrópolis que inaugurou a sala de parto do novo setor gineco-obstétrico 24 horas com essa bela história de superação. 

A relação da família Alvim com o Hospital SMH começou com uma tragédia e permaneceu até chegar a um dos momentos mais felizes: o nascimento do bebê, no dia 29 de agosto. A história da Maria Regina e do pai Felipe Carneiro Alvim comoveu o Brasil e os profissionais da unidade. O hospital, que é particular, funcionou de “portas abertas” no dia 15 de fevereiro, quando centenas de pessoas precisaram de atendimento médico em função do desastre. Após uma transferência, Maria Regina, que ficou soterrada, foi acolhida pela equipe do SMH.

(Foto: Divulgação/SMH)

“Primeiro fui para a UPA de Cascatinha, depois para outra unidade particular e, por fim, o Hospital SMH. O tratamento que recebi no SMH foi indescritível. O carinho e a atenção que os profissionais tiveram comigo foram diferenciados”, revela a mamãe, que estava grávida de três meses, na época. Ela acrescenta que “tinha muitas preocupações, por mim e pelo bebê, e fomos tratados com total empatia. Todos os recursos foram disponibilizados para nós. A minha saúde e a do Felipe Miguel sempre foram prioridade para eles. O meu parto tinha que ser no Hospital SMH”, afirma Maria Regina.

A luta e o tratamento da vítima da enchente – que chegou a ficar três dias na UTI, correu o risco de ter que amputar o braço e o pé, e passou por nove cirurgias – já eram conhecidos de parte da equipe que fez o parto natural. A ginecologista e obstetra Larissa Brust conta que foi um momento de muita emoção.

“Foi um presente para ela, que renasceu depois dessa tragédia, e para todos nós. A escolha dela foi pela posição deitada. Todo o ambiente foi preparado para que ela se sentisse confortável e acolhida, com toda a infraestrutura voltada para as necessidades específicas deste momento”, explica a especialista, que acrescenta.

A obstetra revela que iniciou o acompanhamento do casal, já que o papai esteve presente durante todo o tempo, às 7h, quando Maria Regina estava com nove centímetros de dilatação. Por opção da própria gestante, foi aplicada anestesia. O procedimento foi feito pelo médico Victhor Arthur Oliveira Matos, que já havia anestesiado Maria Regina em outras cirurgias pelas quais ela passou após ficar soterrada e ser resgatada. Depois de três horas e 52 minutos, às 10h52, Felipe Miguel nasceu e conheceu, imediatamente, o colinho da mamãe.

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