Giro da Tribuna: indústria do esporte perde bilhões
Indústria do esporte perde bilhões
As perdas da indústria do esporte com a pandemia do coronavírus ultrapassam a casa dos milhões. Hoje já se fala em bilhões. Em entrevista exclusiva a Tribuna, o publicitário Kadu Braga, de Petrópolis, explicou de forma clara as consequências da expansão da doença no mundo esportivo. Ele ressaltou, porém, que o marketing esportivo terá um papel especial na vida após o Covid-19.
TRIBUNA – Kadu, é possível ter uma noção do prejuízo causado pelo coronavírus na indústria do esporte?
Kadu Braga – “Somente em receitas diretas nos dias das partidas, ´Matchday´, gira em torno de R$ 190 bilhões por ano globalmente, fora o consumo do varejo, que é a maior fatia de receitas mercado esportivo e que também impactada, afeta as receitas de organizações esportivas. Na realidade atual, se estuda a possibilidade do retorno dos campeonatos sem a presença da torcida e sem previsão da liberação. Portanto, o impacto financeiro ainda é incalculável. Importante reforçar que os maiores eventos esportivos mundiais foram adiados para 2021, como Jogos Olímpicos Tóquio 2020 e Eurocopa que será realizada pela primeira vez em 12 países da Europa trazem reflexos ainda, à economia dos respectivos países-sede”.
TRIBUNA – Entre os mais prejudicados com a pandemia, parece que o futebol tem ocupado espaço maior nos debates. Existe o risco de algum clube falir caso não consiga lidar com a crise financeira, que é geral?
Kadu Braga – “Na estrutura organizacional atual, em que grande parte dos clubes são associações sem fins lucrativos, estes raramente fecham as portas. Porém, há clubes de menor porte cujo o calendário é curto e atuam somente nos primeiros meses do ano, já manifestaram que não possuem verba para manter os salários, encargos ao longo dos próximos meses e por isso não conseguiriam cumprir regulamentos. Em função disso, a CBF se manifestou e contribuirá com uma verba de R$ 19 milhões para 140 clubes das Séries A à D e para as 27 federações estaduais com montante superior a R$ 3 milhões”.
TRIBUNA – Como você vê o mercado dos negócios no esporte daqui até 2022? Quando acredita numa virada? Ainda neste ano?
Kadu Braga – “Como diversas indústrias, o mercado esportivo passará por profundas transformações, o que demanda união dos clubes e entidades esportivas através de diálogo transparente que defenda interesses coletivos. É importante promover cada vez mais rápido a profissionalização da indústria que traga investimento mercado empresarial, investidores e se aproveite o legado de inteligência, equipamentos e a experiência profissionais que atuaram em nossos megaeventos. Em paralelo será importante observar medidas que os demais países adotarão, pois no fim das contas todos estão vivendo a mesma dor e adaptá-las à nossa realidade. Será muito difícil haver jogos com a presença da torcida nos estádios pelo menos até o fim deste ano, retornando à normalidade gradativamente possivelmente daqui há um ano, quando se estima de que estarão disponíveis medicamentos comprovadamente eficazes e até mesmo a valiosa vacina contra o Covid-19”.
TRIBUNA – Qual será o papel do marketing esportivo nesse mundo que surgirá pós-pandemia?
Kadu Braga – “A crise atual está causando efeito em todas as esferas da indústria esportiva e da sociedade, então mais do que nunca será o papel do marketing está em inovar e conectar as pontas para superarmos rapidamente as adversidades. O advento das mídias digitais, outras novas tecnologias em desenvolvimento, além do “Big Data” com ferramentas de inteligência e dados precisos serão peças chave para encontrar as soluções. Portanto, novos insights e o atual momento vem apenas para acelerar e revolucionar cada dia mais a forma de se consumir, praticar e viver o mundo do esporte nos próximos anos”.
Academias
O prefeito Bernardo Rossi vai receber os proprietários das academias de Petrópolis nesta terça-feira, às 15 horas no Palácio Sérgio Fadel. O encontro já estava agendado há semanas e servirá para fazer uma avaliação sobre os casos de coronavírus em Petrópolis e, provavelmente, os donos dos estabelecimentos deverão ouvir que a quarentena segue continuar até o final do mês.
Série B1
A Série B1 ( ou a A-2) deverá começar até o iníciio de julho. A previsão foi feita hoje pelo gerente de futebol do Sampaio Corrêa, Rafael Ferreira, o Zoinho, que em entrevista ao vivo nesta segunda-feira no programa “Momento do Esporte” (tribuna FM) aposta entre o dia 28 de junho ou quatro de julho, mais tardar. Ele revelou que há uma pressão enorme para que o futebol volte logo.
Série B1 II
Ainda em sua entrevista, Zoinho afirma que o Sampaio Corrêa, clube que disputará a Segundona como o Serrano, vai brigar pelo acesso. Ele antecipou algumas mudanças para receber os atletas em Saquarema, entre elas a estrutura de residência dos atletas e o plano de treinamentos. Segundo ele, tudo será em conformidade com as regras da Fferj, Secretarias de Saúde e o Ministério do Mandetta.
Série B1 III
Nesta terça-feira, o gestor da Interfut, Kléber Leite Filho, fará uma videoconferência com seus assessores e comissão técnica, a fim de definir os próximos passos do Serrano. Como existe uma movimentação nos bastidores para que o futebol retome logo, o Serrano não quer ficar para trás de pontos importantes serão discutidos. Até o momento, não há um prazo para o início dos treinos para a Série B1 2020.
Curtas
Bolão 16: Brasileiro em Nova Friburgo em suspense – A primeira competição nacional de Bolão 16 estava marcada para junho, em Nova Friburgo. Todavia, tudo indica que o Brasileiro de Clubes deverá ser jogado no final do ano.
Astro do Bolão 16 cumpre quarentena – A maior expressão do Bolão 16 em Petrópolis, Patrícia Bade, garante que cumpre quarentena e monta vídeos funcionais para atividades em casa com os professores da academia Brave.
CBBB não dá prazos para volta aos treinos – A Confederação Brasileira de Bocha e Bolão não definiu prazos para a volta das competições e os treinos da seleção brasileira.