Governo do Reino Unido propõe reforma do sistema financeiro para alavancar crescimento

14/nov 15:33
Por Patricia Lara / Estadão

A ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, pretende reequilibrar as regras regulatórias do sistema financeiro britânico como parte de um pacote amplo de reformas para impulsionar a competitividade e desbloquear a inovação, além de gerar crescimento econômico. “Somos o segundo maior exportador de serviços financeiros do G7. Mas não podemos considerar garantido o estatuto do Reino Unido como centro financeiro global”, diz Reeves em discurso preparado para seu primeiro pronunciamento “Mansion House”, na City de Londres. “Em um mundo altamente competitivo, precisamos conquistar esse estatuto e trabalhar para o mantê-lo”, afirmará a ministra.

Reeves dirá que as alterações regulatórias pós-crise financeira criaram um sistema que procurava eliminar a assunção de riscos, mas “foram longe demais” e levaram a consequências não intencionais. Diante disso, a estrutura do Serviço de Ombudsman Financeiro, órgão que busca resoluções em disputas financeiras, será modernizada. O governo britânico também consultará sobre a substituição do atual regime de certificações, que se aplica ao pessoal abaixo do topo da gestão, por uma abordagem que reduza custos para as empresas financeiras, segundo a ministra.

Para combater fraudes que custaram aos consumidores do Reino Unido quase 8,3 bilhões de libras só no ano passado, Reeves dirá que é necessário um esforço coordenado entre os setores, autoridades policiais e governamentais. O governo lançará um piloto para fornecer um instrumento digital Gilt, o título do Tesouro britânico, utilizando Tecnologia de Registro Distribuído (DLT, na sigla em inglês), um sistema de armazenamento de dados distribuído por uma rede de computadores.

Em relação à reforma do sistema de pensões, serão feitas consultas antes do projeto de lei para fundir os regimes de pensões de contribuição definida e o regime de pensões do governo local na Inglaterra e no País de Gales em megafundos – espelhando o modelo existente na Austrália e no Canadá. “Isto, juntamente com reformas para garantir um melhor valor destes regimes de pensões, poderia desbloquear cerca de 80 bilhões de libras em novos investimentos em empresas e infraestruturas”, de acordo com as propostas delineadas no documento.

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