Grande engano
Com a revolução bolchevista de 1917 as ideias dos prussianos Karl Marx e Friedrich Engels trouxeram grande contribuição e plantaram, sem dúvidas, a semente da esperança em dias melhores, mais equânimes para a humanidade. Co fundadores do pensamento chamado de marxismo, gênios da humanidade ligados à filosofia, economia política, sociologia e a outros ramos do conhecimento, são justamente reconhecidos como notáveis personalidades com assento na história dos homens. Sob tal inspiração a então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, foi a precursora na implementação de tão luminosa – à época – perspectiva, não sem a provocação de mudanças que se fizeram duras e radicais. A maior delas, a pretendida e iniciada transformação de uma histórica economia de mercado para uma economia estatal, exigiu a presença de um Estado absolutamente poderoso e forte, o bastante para sustentar transformação de tamanha magnitude e profundidade. A história desse período registra fatos tão trepidantes quanto dramáticos que exigem espaço maior e mais adequado para uma melhor apreciação. No período compreendido do termo inicial do ano de 1917 até o emblemático ano de 1989 quando o mundo assistiu à queda do muro de Berlim, ensejou a reunificação da Alemanha, apressando o fim da URSS. No período, por um dos seus mais notórios líderes que ocupou por largo tempo a função de Secretário Geral do Partido Comunista, Josef Stalin, atribuiu-se a morte de vinte a trinta milhões de pessoas na sua saga e alegada necessidade de objetivos e de crescimento, o que dividiu o mundo em dois blocos e a experiência da chamada guerra fria, logo após o triunfo sobre a Alemanha nazista. O sistema capitalista dividia o mundo com a URSS e no período a corrida armamentista atingindo o paroxismo ameaçava o mundo de destruição pelo uso de armas nucleares. O sonho de igualdade se apresentava cada vez mais vigoroso no mundo ocidental liderado pelos EUA, sobremaneira nos países explorados. Por intermédio das novas gerações muitas contendas foram travadas à sombra dos postulados ocidentais que exercia profunda observação relativamente às investidas do bloco socialista. Muitos morreram e/ou foram torturados. No nosso país, o golpe militar de 1964 teve a clara inspiração em rechaçar ideário e projetos comunistas. Não se pode, todavia, simplesmente desconsiderar ideias que obrigaram o mundo a debater a questão que se impunha, de autoria de tão geniais pensadores. A contribuição que deram ao mundo foram e são de grande relevância e colabora para uma melhor compreensão dos fenômenos resultantes dos grupamentos humanos e suas consequências sócio/ econômicas. Todavia, o sonho se revelara um grande engano. Não funcionou uma das maiores e mais exaltadas perspectivas do estado socialista tal qual formulado pela admirável dupla prussiana a de que primeiro se faria a revolução e esta transformaria o homem, a sociedade, através da massificação da educação segundo seus ideais. Não foi assim. Não pode ser desse modo pois que não se pode olvidar de uma das maiores características do homem, a liberdade, seja ela considerada nas mais diversas perspectivas de índole filosófica, se relativa ou absoluta. Enquanto ensinavam em suas propagandas acerca das necessidades que haveriam de passar os soviéticos para sobreviverem de modo modesto diante da carência de bens e mercadorias, seus grandes líderes, a exemplo de Leonid Brejnev que evidenciado ficou após a sua morte e ao descerrar os portões do Kremlin, verificou-se a existência de bens considerados como pessoais, como automóveis luxuosos; vinhos e bebidas finas, perfumarias, iguarias de toda natureza e valiosas obras de arte. Trata-se de exemplo difícil de ser relativizado eis que o discurso até pode convencer, mas é o exemplo que arrasta. Desaparecido o império soviético com o seu ideal marxista, e o mundo apresenta-se incontrolavelmente dominado pelo sistema econômico capitalista. A fortuna, o excesso, sob o domínio de poucos e a miséria largamente (mal) dividida pela maioria esmagadora das pessoas. A quem nos socorrer senão a nós mesmos? Somente a educação será capaz e bastante para que as próximas gerações possam, acessando o conhecimento e discernimento, e no futuro mais breve colocar cobro às diferenças sócio/econômicas abissais entre as pessoas. É claro que não seria, não é, e não será, o Partido dos Trabalhadores liderados por um simplório, despreparado, incompetente, arrogante e presunçoso, a nos levar empreender a “grande travessia do deserto”. Aliás, nas palavras de muitos dos seus dissidentes, dirigentes petistas não possuem quaisquer motivações filosóficas, de ideário político, seria tão somente um ajuntamento de arrivistas e ordinários. Proclamam as virtudes e vantagens do socialismo: De botequim !