Greve dos servidores estaduais da Educação completa 41 dias

12/04/2016 17:30

A greve dos servidores estaduais da Educação completa hoje 41 dias e as aulas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) estão sem previsão para começar. A princípio, os 50 alunos que se matricularam para o curso de Arquitetura e Urbanismo da sede da unidade de Petrópolis começariam o ano letivo no dia 29 de fevereiro. Porém, na manhã de hoje, os portões do campus, que fica na Avenida Barão do Rio Branco, estavam trancados e lá havia apenas um porteiro que informou que a administração da unidade não se encontrava. 

Ao todo são 19 servidores públicos estaduais, sendo que desse número 12 são professores e os outros sete são concursados. A greve também envolve as lutas trabalhistas dos funcionários terceirizados que fazem a limpeza, manutenção e segurança das unidades. A coordenadora do curso, Ana Cristina Cordeiro, disse que não enxerga previsão para o fim da greve. 

“Já temos pauta pronta, mas tudo vai depender da greve que atrapalhou muito, porque mexeu com o cronograma que a universidade já tinha. Tínhamos conseguido acertar o calendário este ano por conta de greves anteriores, mas ele vai ficar todo atrasado de novo, pois nesses casos é obrigatória a reposição das aulas. As férias de janeiro, que são de família, já estarão perdidas e o nosso maior temor é que fique muito tumultuado”, contou Ana Cristina. 

Ainda segundo a coordenadora, pela primeira vez o movimento grevista não está vinculado apenas ao aumento salarial e contou que o motivo da paralisação é pelo conjunto de fatores que vêm acontecendo. “É pela Uerj. É um conjunto muito maior, a universidade é muito mais que uma escola. É para podermos dar aula, mas também para pesquisar, crescer e ajudar o estado. Precisamos de infraestrutura e existem setores que mal tem dinheiro para o toner”, afirmou. 


Escolas estaduais

 Aproximadamente 80% dos professores que atuam em 11 escolas estaduais de Petrópolis aderiram ao movimento grevista. Cerca de 14 mil alunos estão sendo prejudicados com a falta das aulas. A Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Seduc) já informou que cumprirá a carga horária mínima anual, que neste ano será de 204 dias letivos. 

De acordo com a coordenadora geral do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação de Petrópolis (Sepe), Rose Silveira, a maioria dos alunos não tem comparecido às escolas que estão tendo aulas com buracos e grandes intervalos, já que parte do corpo docente não aderiu à paralisação. “Continuamos em greve, estaremos em assembleia amanhã e ontem aconteceram negociações com o governo. As reivindicações são as mesmas e envolvem o pagamento em dia, o reajuste salarial e as melhores condições de trabalho. Nossa pauta é pedagógica e financeira e a greve só termina quando a categoria se sentir contemplada com alguma proposta”, fala. 



Fóruns 

Por conta do salário atrasado, a greve dos servidores do estado do Rio de Janeiro já afeta a 33 diferentes categorias. E na tarde da última quarta-feira chegou aos fóruns da cidade. No primeiro distrito, o Fórum Felisberto Monteiro Ribeiro Neto, assim como o Fórum Regional de Itaipava continuam parcialmente fechados, atendendo somente questões emergenciais. Apesar disso, os funcionários informaram que todas as questões que envolvem vida e liberdade estão recebendo atendimento.


Detran 

Voltaram a ser realizados na manhã de ontem os serviços de licenciamento e de agendamento, respectivamente do Detran do Alto da Serra e do Centro Histórico, localizados no Terminal Rodoviário Imperatriz Leopoldina. Com o depósito do pagamento, os funcionários retornaram aos seus postos e, de acordo com um funcionário que preferiu não ser identificado, a informação é que os servidores vão permanecer até o próximo mês se mantiverem a antiga data de pagamento, que é no quinto dia útil. Ainda segundo ele, há possibilidade dos funcionários terceirizados também paralisarem os serviços, já que não receberam ainda o pagamento deste mês. 


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