Greve geral: cidade fica sem transporte público por 5h na parte da manhã
A cidade amanheceu hoje (28) sem transporte público e com escolas e agências bancárias fechadas devido a greve geral convocada pelos movimentos sindicais em todo o país. Por cerca de cinco horas os ônibus não circularam no município e piquetes impediram que os coletivos saíssem das quatro garagens localizadas no Independência (Cidade Real), Coronel Veiga (Petro Ita), Jardim Salvador (Cascatinha), Itaipava (Turb) e Carangola (Cidade das Hortênsias). Por volta das 10h30, todas as garagens já haviam sido liberadas pelos manifestantes. Segundo a Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro), 90% da frota circulou no restante do dia.
A mobilização nas garagens começou ainda na madrugada, por volta das 3h30. Com faixas e cartazes, integrantes dos movimentos sindicais impediram que os coletivos saíssem. "A manifestação é pacífica e estamos com os rodoviários do nosso lado. A luta é do trabalhador, contra as reformas Trabalhista e da Previdência", disse o Diego Grossi. "Não vamos sair das garagens, a mobilização é nacional e a ordem é parar tudo", ressaltou um rodoviário que preferiu, por medo de represálias, não se identificar.
De acordo com dados do Setranspetro, a paralisação do transporte coletivo afetou 80 mil passageiros. Ao todo o sistema conta com 393 ônibus. O sindicato também informou que houve atos de vandalismo durante a mobilização com coletivos da empresa Petro Ita apedrejados e homens encapuzados teriam entrado em veículos da Turb impedindo que os motoristas seguissem a viagem. "A Setranspetro ressalta que os motoristas foram impedidos de trabalhar. Consideramos o movimento legítimo desde que a adesão não seja por obrigação".
Quem acordou cedo para trabalhar ou estudar foi pego de surpresa com a paralisação. A imagem dos terminais rodoviários e os pontos de ônibus vazios chamou a atenção. "Ontem (quinta-feira) o sindicato das empresas de ônibus garantiu que não teria greve. Acreditei que os motoristas não iriam aderir a greve", disse a auxiliar administrativa Gisandra Balter, de 26 anos. Ela estava no Terminal do Centro aguardando o ônibus em direção ao Alto da Serra. "Vou esperar mais um pouco, se o ônibus não chegar volto pra casa", disse.
No ponto de ônibus das linhas que atendem aos distritos na Rua Paulo Barbosa também estavam vazios. "Acabei de chegar do trabalho, o transporte da empresa me deixou aqui. Agora vou para casa de táxi, já que não tem ônibus", disse o estoquista Paulo Renato Silva da Cruz, de 30 anos. Ele mora na Raiz da Serra e contou que a empresa forneceu o dinheiro para pagar o táxi até em casa.
A paralisação do transporte coletivo afetou a abertura do comércio. Algumas lojas abriram só após às 9h quando os funcionários começaram a chegar, vindos de carona ou do transporte da própria empresa. As agências bancárias do Centro amanheceram de portas fechadas e não abriram durante todo o dia. As escolas da rede municipal e estadual também não funcionaram ontem, assim como algumas unidades particulares.
Sem a circulação dos ônibus algumas unidades de saúde também tiveram o funcionamento comprometido. Segundo a secretaria de Saúde, o serviço de aplicação de vacinas no Centro de Saúde da Rua Santos Dumont precisou ser interrompido e no Pronto Socorro do Alto da Serra, o atendimento foi prejudicado no início da manhã pela falta de alguns funcionários que moram na Baixada Fluminense e não conseguiram se deslocar de suas cidades por falta de transporte. Outras unidades como as UPAS (Centro e Cascatinha), o Hospital Municipal Nelson de Sá Earp (HMNSE) e o Hospital Alcides Carneiro (Hac) o funcionamento foi normal durante todo o dia de ontem. “Alguns funcionários foram buscados em casa para que em setores estratégicos o atendimento fosse oferecido”, informou o secretário de Saúde, Silmar Fortes.