Há 65 anos, morria Getúlio Vargas. Ex-presidente querido dos petropolitanos

24/08/2019 21:40

No dia 24 de agosto de 1954, na cidade do Rio de Janeiro,  morria o ex-presidente da República, Getúlio Vargas, aos 72 anos. Por passar longas temporadas na Cidade Imperial, Getúlio era querido pelos petropolitanos. Durante seus 19 anos de governo, quatro mandatos, ele sempre visitava a cidade, deixando como legado o Mueseu Imperial, criado a partir de um decreto assinado por ele em 1940.

Fotografias do acervo histórico e imagens do cineastra César Nunes, mostram Vargas caminhando pela Avenida Koeler e interagindo com as pessoas. Um dos intelectuais de que ele se aproximou foi o médico Alcindo Sodré, que desde menino tinha o sonho da construção de um museu sobre a família imperial na cidade serrana. 

“Petrópolis era considerada capital diplomática do país no período imperial,  mantendo esse status mesmo após a proclamação da república. No período Imperial, quando o imperador vinha, toda a corte o acompanhava. Mas esse status, de importância política,  só foi conquistado no período republicano, eu diria, até a mudança da capital para Brasília. Então, todos os presidentes da república passavam temporadas aqui, mas Getúlio Vargas talvez tenha sido o que mais tempo vinha a Petrópolis, passando longas estadias”, conta a historiadora e pesquisadora do Museu Imperial, Alessandra Fraguas.

O Museu Imperial pode ser considerado um dos maiores legados deixados pelo ex-presidente para os petropolitanos. Criado através do Decreto-Lei nº 2.096, assinado no dia 29 de março de 1940, por Vargas, que acompanhou de perto as obras, a constituição do acervo e determinando transferências de outras instituições para Petrópolis.

Inaugurado no dia 6 de março de 1943, na comemoração do centenário de Petrópolis, o Museu Imperial, é um dos mais importante ponto turístico da cidade, preservando a memória de uma época na própria residência de verão da Família Imperial.

“O projeto não era dele, mas o empenho dele, para a criação do Museu e para a criação das coleções do Museu foram muito grandes. Ele tinha uma aproximação muito grande com os políticos locais, com os intelectuais petropolitanos. Eu percebo claramente, um movimento dele em a aproximar a sua imagem com a imagem do próprio Imperador. É ele que inaugura o mausóleo dos imperadores na Catedral, em 1939. Nesse dia ele faz até o chamado Pronunciamento para a história, que foi transmitido pelo rádio, falando sobre as qualidades do Imperador, mas que na verdade eram qualidades que deveriam ser continuadas pelos governadores republicanos, e principalmente qualidades dele mesmo”, disse Alessandra.

“No acervo, além das fotografias, o Museu Imperial possui uma pedra de quando ele sofreu um acidente subindo a Serra. Nas imagens podemos ver ele acompanhando as obras para a transformação do palácio em museu, temos o livro de ouro, onde consta a assinatura de Getúlio como primeiro visitante do Museu”, continua a pesquisadora.

No Palácio Rio Negro, petropolitanos e visitantes podem conferir os quartos do ex-presidente. No dormitório, estão relíquias como a cama, criados-mudos e um móvel utilizado como lavatório. No quarto de vestir, é possível encontrar armários, espelhos e até os chapéus que foram usados por Vargas nas décadas de 1930 a 1950. Getúlio, está sepultado em São Borja, Rio Grande do Sul. Foi presidente entre os anos de 1930 e 1945 e, posteriormente, entre 1951 e 1954. 

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