HAC suspende cirurgias eletivas por falta de relaxante muscular utilizado em anestesia

22/09/2020 10:55

O Hospital Alcides Carneiro (HAC) suspendeu as cirurgias eletivas por falta de medicamentos utilizados no procedimento de anestesia. O atendimento havia sido retomado no dia 08 de setembro. Segundo a Secretaria de Saúde, estão sendo realizadas apenas cirurgias de urgência e emergência. E não há previsão para retomada. A Defensoria Pública vem denunciando a falta de insumos na unidade e nessa segunda-feira (21) ajuizou mais uma ação contra a Saúde, para obrigar o município, em caráter de urgência, a realizar uma cirurgia de exclusão renal de uma paciente de 56 anos.

A paciente Ana Lúcia Mendes Batistas é uma entre tantos outros casos que tinham cirurgias eletivas marcadas e que, devido à demora, o procedimento se tornou de urgência. Desde fevereiro a paciente espera a cirurgia por causa de uma fissura renal. A primeira internação no HAC aconteceu no dia 07 de julho, mas três dias depois a paciente teve alta hospitalar sem realizar o procedimento. A filha da paciente, Patrícia Mendes Batista, disse que, na ocasião, foi informada pelo hospital de que não havia medicamento de relaxamento muscular utilizado na anestesia para realizar a cirurgia. 

Quase dois meses depois, a cirurgia foi novamente remarcada, para o dia 1º de setembro. Mas segundo Patrícia, a mãe foi novamente mandada de volta para casa; dessa vez, ela disse que foi informada no hospital de aque não havia vaga em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para  sua mãe. 

No dia 14 de setembro, a defensora pública em exercício no Núcleo de Primeiro Atendimento Cível do Centro, Renata Duarte Pereira Freire e Silva oficiou a Secretaria de Saúde solicitando informações sobre o atendimento da paciente, a necessidade de cirurgia e se o HAC tinha condições de prestar toda a assistência necessária. A Secretaria de Saúde respondeu à Defensoria que o HAC tem condições de realizar a cirurgia, a qual seria eletiva e remarcada em 30 dias. Mas dada a gravidade do estado de saúde da paciente e a falta do medicamento na unidade, a Defensoria Pública ajuizou nesta segunda-feira (21) uma ação obrigando a Secretaria de Saúde a realizar a cirurgia. 

A Tribuna consultou a prefeitura sobre a falta de insumos e sobre o adiamento da cirurgia da paciente. A Prefeitura confirmou que a cirurgia da Ana Lúcia Mendes Batista foi adiada devido à escassez dos medicamentos de relaxamento muscular utilizados em cirurgias de grande porte. De acordo com a prefeitura, há escassez do medicamento em todo o país. Estes medicamentos agem em conjunto com os anestésicos e são utilizados em grande quantidade durante todo o procedimento hospitalar. 

“Diante da escassez do medicamento em todo o mercado nacional, o Hospital Alcides Carneiro vem dando prioridade às cirurgias de urgência e emergência, ou seja, procedimentos que não podem aguardar agendamento e precisam de realização imediata, com o objetivo de salvar a vida dos pacientes. Uma nova remessa do medicamento já foi adquirida pela unidade, mas ainda não possui previsão de entrega”, informou a prefeitura.

Ainda segundo a prefeitura, a unidade hospitalar está totalmente abastecida com todos os insumos e equipamentos necessários para a continuidade do trabalho que realiza. Apenas as cirurgias eletivas que necessitam deste medicamento foram temporariamente suspensas. Consultas e exames permanecem com atendimento normal, seguindo todos os protocolos previstos ao enfrentamento da pandemia da Covid-19. “O Hospital Alcides Carneiro informa, ainda, que está aguardando a entrega do medicamento para dar início ao novo agendamento dos procedimentos cirúrgicos eletivos, como o caso da paciente citada”, informou.

Leia também: Prefeitura confirma mais sete óbitos por Covid-19. Cidade tem agora 208 mortes pela doença

Últimas