Haddad diz ter convicção de que País chegará a 2025 com melhor ciclo de crescimento em 1 década

27/jun 14:39
Por Amanda Pupo, Sofia Aguiar, Luiz Araújo e Victor Ohana / Estadão

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira, 27, ter a “firme convicção” de que o Brasil pode chegar ao próximo ano com o melhor ciclo de crescimento econômico em uma década, na média 2,5% ao ano, e com o menor nível de desemprego da década, abaixo de 7%. “Já estamos com a menor taxa de desocupação desde 2014. Mantendo o crescimento econômico no patamar acima de 2% ao ano, devemos nos aproximar das mínimas históricas até 2026. As expectativas também indicam que teremos a menor taxa de inflação anual média num ciclo de governo em toda a história do Plano Real, abaixo de 4% ao ano”, disse Haddad durante a 3ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão.

“Destaco ainda a expectativa de termos o maior nível de investimento público e privado da década. Vivemos o maior crescimento da renda das famílias e a maior redução da pobreza nos últimos dez anos. O crescimento do PIB, o aumento real do salário mínimo, e os programas de distribuição de renda continuarão a elevar o rendimento das famílias e a retirar pessoas da situação de pobreza”, afirmou o ministro.

Haddad também citou os números do programa de renegociação de dívidas, Desenrola, lembrando que foram renegociados mais de R$ 53 bilhões em dívidas, diminuindo em 8,7% a inadimplência entre os mais pobres, principalmente do CadÚnico.

“O Acredita, programa lançado recentemente, vai garantir crédito para todos os setores da economia, mas em especial para os pequenos, para as mulheres e homens que lutam para empreender, que sonham em ter seu próprio negócio”, afirmou o ministro, ressaltando ainda o papel da indústria civil no crescimento. É motor de desenvolvimento no mundo inteiro”, apontou o ministro.

‘Sina’

No início de seu discurso, Haddad ainda fez uma brincadeira com o momento de pressão que vive para acelerar a agenda de revisão de gastos. Ao comentar que ouviu de Lula um pedido para se alongar mais no discurso de hoje, lembrou que o embaixador Fernando Igreja, chefe do cerimonial da Presidência, por sua vez, havia lhe pedido para economizar no tempo de fala.

“Parece que há uma sina do ministro da Fazenda estar entre gasto e economia, então vou procurar transformar gasto de tempo em investimento, como o senhor sempre insiste em dizer, presidente”, brincou o chefe da equipe econômica.

Reforma tributária

O ministro da Fazenda pediu nesta quinta-feira aos membros do chamado “Conselhão” que usem sua influência “positiva” no Congresso Nacional para que a regulamentação da reforma tributária, a ser aprovada nos próximos 15 dias, tenha a mesma qualidade da emenda constitucional que instaurou o novo sistema, citando a necessidade de evitar “excepcionalidades” que tornem a alíquota do novo imposto mais alta.

“Peço para esse Conselho que use de sua influência positiva sobre o Congresso para que a regulamentação a ser aprovada nos próximos 15 dias tenha a mesma qualidade da emenda constitucional, evitando excepcionalidades que fariam a alíquota padrão do imposto sobre consumo subir e não cair como é o nosso desejo, pelo combate a sonegação e pela Justiça tributária”, disse Haddad.

Aceleração das reformas

O ministro da Fazenda afirmou também que a proteção da economia interna passa pela aceleração de reformas no Congresso e também pelo “redesenho” de políticas públicas. “Não temos como alterar a política econômica americana, mas temos que proteger nossa economia, e a forma de fazer isso é acelerar a agenda de reformas econômicas, macro e micro, no Congresso, acelerar o redesenho de políticas públicas, buscar o equilíbrio fiscal, sim, pelo lado da receita e da despesa, não há outra forma de fazê-lo”, disse Haddad.

Afirmou também que o equilíbrio fiscal deve ser feito “com sabedoria e inteligência” para não colocar em risco o crescimento econômico, que ajuda a estabilizar a dívida pública em relação ao PIB. “Não há condições de estabilizar a dívida/PIB sem crescimento econômico, não há solução para isso sem que voltemos aos patamares”, destacou.

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