Haddad: Não sabemos a estrutura que está em curso na privatização da Sabesp

24/maio 21:08
Por Eduardo Laguna, Francisco Carlos de Assis e Matheus de Souza / Estadão

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou nesta sexta-feira, 24, o processo de privatização da Sabesp em São Paulo, ao qual classificou como uma “aventura”, durante evento de pré-campanha do deputado Guilherme Boulos à prefeitura da capital do Estado.

Haddad afirmou que a privatização da companhia de saneamento avança sem que se saiba como serão calibradas as tarifas de seus serviços. “Sobre essa questão da privatização da Sabesp, vou falar uma coisa que dialoga com o meio ambiente. Nós não sabemos qual vai ser a estrutura da privatização que está em curso, estão passando o trator em cima das câmaras municipais, em cima dos contratos assinados. Nenhum prefeito está querendo se opor ao governador Tarcísio de Freitas, sequer discutir os termos dessa aventura”, disse o ministro.

“E a gente não sabe como eles estão calibrando a questão de como a tarifa vai evoluir nos próximos anos”, acrescentou Haddad. A participação do evento de Boulos, anunciado como um debate sobre mudanças climáticas, faz parte da agenda pessoal do ministro.

Em sua fala em apoio a Boulos, Haddad defendeu o resgate do legado deixado pelas três administrações progressistas do município, numa referência à sua gestão na prefeitura e a das ex-prefeitas Marta Suplicy e Luiza Erundina.

“São Paulo avançou muito nos governos que puderam contar com a participação de vocês, porque foram governos participativos, que criaram políticas públicas participativas, de ouvir a sociedade, de compreender o desafio do tempo, de propor ideias inovadoras, que são, até hoje, a marca da cidade de São Paulo”, disse o ministro aos apoiadores de Boulos. Haddad foi prefeito de São Paulo entre 2013 e 2016.

Após classificar a questão ambiental como incontornável, nem sempre tratada nas cidades com a urgência e importância que merecem, Haddad afirmou que o momento oferece, por outro lado, a oportunidade de repensar o padrão de desenvolvimento. São Paulo, conforme o ministro, terá que liderar essa discussão no País, uma vez que a cidade tem condição de ser pioneira em frentes nas quais municípios menores não terão condições politicas e econômicas de avançar.

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