Haddad: ‘Nós mexemos com muita coisa nas medidas que foram encaminhadas para o Congresso’

04/dez 13:40
Por Fernanda Trisotto e Célia Froufe / Estadão

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 4, que o pacote de contenção de gastos do governo é amplo, com alterações em várias frentes que já foram encaminhadas ao Congresso e que esse processo foi trabalhoso. As declarações foram feitas durante o Fórum Jota – o Brasil em 10 anos, realizado em Brasília.

“Nós mexemos com muita coisa nas medidas que foram encaminhadas para o Congresso. Não deu pouco trabalho, deu muito trabalho. Conversar com cada ministro, sentar com o presidente, mexer no indexador do salário mínimo, mexer com o abono, mexer com o BPC, mexer com Bolsa Família, e no sentido de buscar justiça, e não de prejudicar os pobres, nada disso, no sentido de buscar justiça, sabendo que é necessário fazer uma contenção dos gastos para não comprometer a trajetória virtuosa que nós estamos vivendo”, afirmou Haddad, ao ser questionado sobre a volatilidade do mercado como reação ao pacote.

Ele lembrou que o País fechou os últimos 12 meses com um crescimento de 4% e que o governo mira manter a sustentabilidade da atividade nesse patamar. “Por isso que nós estamos tomando essas medidas, para garantir a sustentabilidade disso no tempo”, disse.

O ministro rebateu as críticas de que a reforma da renda, com ampliação da isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil, seja populista. “A reforma da renda que nós estamos propondo, ela é neutra do ponto de vista fiscal”, disse, frisando que ela segue o mesmo princípio das mudanças no sistema de consumo. E completou: “Não me parece populismo isso.”

Sobre o pacote, o ministro voltou a dizer que o governo entende que se as medidas para contenção de despesas não forem suficientes, voltará a mesa para negociar mais ações, um discurso que vem sendo repetido pela sua equipe.

Haddad também adotou o tom conciliador ao reiterar que os Três Poderes estão trabalhando em conjunto na busca pelo equilíbrio fiscal e citou como exemplo a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as emendas.

Ele voltou a dizer que o governo não conseguirá resolver dez anos de descontrole fiscal em um ano e que em 2023 foi ano para recompor as receitas.

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