Henrique José Rabaço

07/06/2017 08:00

Ao compulsar os alfarrábios acadêmicos retiro dos faustos da memória um dos luminares do magistério que se destacou na aureolada constelação desta joia incrustada nos montes: Henrique José Rabaço. Nasceu em Petrópolis, no Bairro Mosela onde foi criado. Seus pais José Joquim Rabaço e Maria da Glória Morgado deram sólida formação cultural e religiosa ao filho nascido em 12 de outubro de 1924. 

Estudou na Escola Pedras Brancas até que chegou à época militar tendo optado pelo Tiro de Guerra aqui na Imperial Cidade. Desde tenra idade se dedicou ao alpinismo e excursionismo. Seu tempo era também, enriquecido pela dedicação à filatelia e à fotografia. Avançado e visionário em seu tempo sonhou e realizou viagens por vários países das Américas do Sul, do Norte e, pela Europa aprimorando seus conhecimentos e sua multifacetada cultura. Era um homem ornado em virtudes, talentoso e primoroso pesquisador histórico e geográfico. Trabalhou na Editora Vozes e integrou ao grupo de participantes da fundação da Universidade Católica de Petrópolis onde laborou. 

Cursou História na mesma Universidade por vários anos lecionou e ali cumpriu funções uma delas na direção do Colégio de Aplicação e ainda em estabelecimentos de ensino do Município na área de comando inclusive Diretor do Departamento de Cultura e Inspeção Escolar. Incansável, encontrou tempo para escrever várias obras com destaque para o livro “Historia de Petrópolis” e “Datas Cívicas” dentre outros. Na seara jornalística emprestou seu brilho aos excelentes artigos na imprensa local com enfoques históricos sob o pseudônimo “H. Morgado”. 

Fez parte do Quadro de Membros Efetivos da Academia Petropolitana de Letras tendo ocupado a Cadeira nº.7 patronímica de Ruy Barbosa, eleito em 29-08-1985 e empossado em sua residência no dia 29-10 do mesmo ano tendo em vista seu delicado estado de saúde que não permitia maiores esforços físicos. Essa data é presente em minhas retinas porque fui eleito aos Quadros do sodalício em fins de 84 e empossado na Cadeira número 22, patronímica de Raul de Leoni em substituição ao pranteado confrade Sylvio Júlio de Albuquerque Lima em posse ocorrida nos Salões do Tribunal do Júri à época situado à Avenida Imperador em 17 – 05-1985, portanto, meses antes da eleição do admirável Confrade ora revivido nestas tênues e perfunctórias palavras muito aquém de seus méritos.

 A APL hoje nonagenária instituição cultural tem por vocação abrigar os ícones da cultura e notável saber em suas diversas nuanças quer na área científica, médica, direito, magistério, artes, jornalismo, história, literatura e etc. sempre atenta ao culto à preservação da anamnese. E o mestre foi recebido pelo glorioso panteon. Casado com a Senhora Sylta Mills Leoni Rabaço então funcionária da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Trouxeram à luz quatro filhos Lis, Lúcia, Luiz Henrique e Marcelo. Descansou no Senhor aos 62 anos de idade para a consternação geral, lágrimas de seus amigos e familiares. 

Desde que aqui cheguei sempre ouvi as melhores referências e encômios dos mais variados segmentos culturais e sociais em louvores ao dedicado professor, principalmente de meu Confrade professor Joaquim Eloy Duarte dos Santos à época Presidente da APL que se dirigia ao querido magister e escritor em viva demonstração de carinho e reconhecimento à honradez, brilhantismo intelectual, e sua verve de pensador e filósofo de alma iluminada. 

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