Herdeiros de Maradona perdem batalha judicial para bloquear leilão da Bola de Ouro da Copa

30/maio 11:30
Por Estadão

Um tribunal de Nanterre, nos arredores de Paris, decidiu, nesta quinta-feira, que o leilão da Bola de Ouro concedida a Diego Maradona por ter sido o melhor jogador da Copa do Mundo de 1986 poderá prosseguir conforme planejado, apesar da oposição de seus herdeiros. A informação foi do advogado Gilles Moreu. O troféu será leiloado dia 6 de junho em Paris pela casa de leilões Aguttes.

A Bola de Ouro esteve desaparecida durante décadas em circunstâncias incertas e só recentemente ressurgiu. Os herdeiros de Maradona afirmam que o troféu foi roubado e alegaram que o atual proprietário não tinha o direito de vendê-lo. Aguttes disse que o troféu reapareceu em 2016 entre outros lotes adquiridos de uma coleção particular em leilão em Paris.

Moreu afirmou que o presidente do tribunal considera que o atual proprietário do troféu, identificado como Benchaieb, “deve ser considerado como agindo de boa fé”. Benchaieb e Aguttes alegaram que quando compraram o troféu, anos atrás, não sabiam que ele havia sido roubado.

Maradona recebeu o prêmio em 1986, em cerimônia no cabaré Lido, na Champs-Élysées. Posteriormente, desapareceu, dando origem a rumores. Alguns dizem que foi perdido durante um jogo de pôquer ou vendido para saldar dívidas. Outros apontam que Maradona o guardou em um cofre em um banco de Nápoles que foi roubado em 1989, quando jogava na liga italiana pelo Napoli. Os herdeiros de Maradona acreditam que foi roubado do banco.

Moreu acrescentou que ele e seus clientes ficaram “surpresos e tristes” com a decisão. “Pretendemos usar todos os meios de recurso disponíveis até 6 de junho”, disse o advogado.

Maradona, que morreu em 2020 aos 60 anos, foi o capitão da Argentina na vitória por 3 a 2 sobre a Alemanha Ocidental na final de 1986, na Cidade do México. Na vitória nas quartas de final sobre a Inglaterra, ele marcou o gol da “Mão de Deus” e o “Gol do Século” no triunfo por 2 a 1.

Aguttes disse que espera que o troféu “alcance milhões devido à sua singularidade”. Os licitantes serão solicitados a fazer um depósito de 150 mil euros (cerca de R$ 845 mil) para participar do leilão.

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