Hingo Hammes vai pegar rombo de pelo menos R$ 1,4 bilhão
Em entrevista à Tribuna, o prefeito eleito Hingo Hammes disse que, com os dados apresentados até agora por Rubens Bomtempo à equipe de transição, não há elementos suficientes para uma análise abrangente e, assim, ainda não tem como saber o déficit real das contas públicas oficialmente. Mas a nova gestão pode esperar mais de R$ 1,4 bilhão de rombo.
Buraco é maior
Vejamos os números: em maio de 2021, o vereador Marcelo Lessa (que foi o único até hoje a citar, incluindo os centavos) divulgou que recebeu da prefeitura, oficialmente, documento que apontava dívidas acumuladas de R$ 1.101.453.510,78. No entanto, como a atual gestão não reduziu esse buraco financeiro, o déficit era estimado, no início deste ano, em R$ 1,4 bilhão, agravado com a crise do ICMS que recebemos a mais durante dois anos e que agora deve ser quitado. A projeção piora muito considerando mais contas que foram feitas, como os financiamentos de R$ 100 milhões para asfalto e R$ 241 milhões para ônibus novos. Noves fora, quem entende do riscado considera que o rombo suba para R$ 2 bilhões até 2028.
Em outras terras também
Os prefeitos eleitos em cidades onde as contas estão em desalinho têm divulgado, mesmo antes de assumirem, o tamanho do problema que vão pegar. Márcio Canella, prefeito eleito de Belford Roxo, fez as contas e se desesperou: já divulgou projeção de rombo de mais de R$ 1 bilhão.
Encostas
O crescimento das ocupações em áreas de risco nas cidades, encostas e próximas de rios disparou nos últimos 39 anos no Brasil. Os dados são de um novo levantamento do MapBiomas, lançado na semana passada. O país possui 47,6 mil hectares de áreas urbanas em encostas e 70% dessas ocupações aconteceram entre 1985 e 2023. Essas áreas, consideradas mais suscetíveis a deslizamentos, apresentaram um aumento maior, de 3,3% ao ano, apesar de a lei não permitir o parcelamento do solo urbano em encostas com declividade superior a 30%.
Prestem contas
Posto isso, os nossos agentes públicos falam muito em contenção de encostas, reconstrução, mitigação de prejuízos e salvar vidas. Normalmente, após as tragédias. Nossa provocação é a seguinte: quanto se fiscalizou nos últimos meses para frear a ocupação, par e passo, em que se produziram unidades habitacionais em áreas seguras para que as famílias não se arrisquem nos morros?
Esquecimento
No finalzinho de outubro, a Defesa Civil foi sabatinada na Câmara de Vereadores em audiência pública obrigatória, em que apresentou relatório das ações realizadas entre junho e setembro. Falaram em prevenção, núcleos nas comunidades, sistemas de alerta e coisa e tal. Mas vereadores não tocaram no assunto “fiscalização de ocupação das encostas”.
Contagem I
Petrópolis está há 1 ano e 191 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Contagem II
Faltam 41 dias para Petrópolis virar a página.
Saúde 360°
Hoje, o Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto vai promover o XVIII Seminário de Enfermagem, com o tema “Saúde 360°: Protagonismo da enfermagem em diferentes cenários”. O objetivo é provocar a troca de conhecimento e experiências entre profissionais da área, estudantes e demais interessados, abordando temas relevantes e atuais da enfermagem. A programação contará com palestras de especialistas, mesas-redondas e outras atividades que estimularão a discussão e o debate sobre os desafios e as oportunidades da profissão.
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