História de Ana Patrícia e Duda tem bullying e relação de berço com vôlei de praia

09/ago 19:36
Por Marcos Antomil / Estadão

Dupla favorita a levar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, Ana Patrícia e Duda conseguiram, aos pés da Torre Eiffel, devolver o País à posição mais nobre do esporte mundial, que já foi frequentada por tantos jogadores do vôlei de praia. O Brasil só fica atrás dos Estados Unidos no quadro de medalhas da modalidade (três ouros, sete pratas e três bronzes), apesar de ter no total mais pódios que os americanos (11 a 13).

Ana Patrícia e Duda lideram o ranking mundial de vôlei de praia da Federação Internacional da modalidade (FIVB) e, nos últimos dois anos, têm sido o grande destaque do País no circuito mundial. Elas estiveram juntas na disputa dos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim, em 2014 e retomaram a parceria no início de 2022.

Em Tóquio, Ana Patrícia e Duda estiveram em duplas diferentes e não escaparam da campanha desastrosa do País, que pela primeira vez não conquistou nenhuma medalha no vôlei de praia em uma edição de Jogos Olímpicos. “O Brasil tem grande tradição, mas não me coloco essa pressão”, diz Duda.

Formando dupla com Ágatha, Duda foi eliminada na segunda fase dos Jogos de Tóquio pelas alemãs Kozuch e Ludwig. Já Ana Patrícia, ao lado de Rebecca, se despediu da Olimpíada nas quartas de final ao cair para a dupla suíça Heidrich e Vergé-Dépré.

A supersticiosa Ana Patrícia tem 26 anos e nasceu na cidade de Espinosa, que fica no norte de Minas Gerais e faz divisa com a Bahia. “Jogava diariamente futsal no time da cidade e ainda ficava nas peladas com os meninos. Jogava de tudo, menos vôlei”, revela. Depois de praticar handebol, natação e futsal – esporte pelo qual é apaixonada -, a jogadora se encontrou no vôlei de praia, há quase 10 anos, e desenvolveu a carreira em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Com 1,94m de altura, Ana Patrícia foi alvo constante de bullying na sua infância. “Sofri um pouquinho na escola. Foi um período bem difícil mesmo e, querendo ou não, levamos alguma coisa para a vida adulta. O vôlei veio para transformar algumas crenças que eu tinha”, contou a jogadora ao COB.

Duda, por sua vez, teve em casa o maior exemplo para seguir a carreira no vôlei. Filha de Cida Lisboa, ex-jogadora e treinadora da modalidade, tornou a mãe a pessoa “mais feliz do mundo”. “O sonho de um filho se torna o sonho dos pais”, disse Cida ao portal sergipano Infonet.

“Com 9 anos, comecei a treinar na escolinha que ela comandava. Percebi que eu levava jeito pra coisa e comecei a competir. Aos 12 anos, já jogava com atletas sub-19”, afirma Duda, de 1,80m, que nasceu em Aracaju em 1998 e fará aniversário durante os Jogos de Paris, em 1º de agosto.

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