Holanda condena 3 russos à prisão perpétua por queda de avião na Ucrânia em 2014

18/11/2022 08:54
Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

Um tribunal holandês sentenciou nesta quinta, 17, à prisão perpétua três homens com ligações com serviços de segurança russos pelo abate de um avião de passageiros no leste da Ucrânia em 2014, durante uma revolta separatista apoiada por Moscou que prenunciou a invasão em grande escala da Rússia no país. Um quarto suspeito foi absolvido. A maioria dos passageiros era de holandeses.

O veredicto amplia o isolamento da Rússia, oferece uma medida mínima de justiça para as 298 pessoas mortas na queda do avião, um voo da Malaysia Airlines que partira de Amsterdã e ia para Kuala Lumpur, e pode servir de exemplo para possíveis processos de crimes russos durante a atual guerra. Os homens nunca foram presos, acredita-se que estejam na Rússia ou em território controlado pela Rússia, e foram julgados à revelia.

Dois russos – Igor Girkin, ex-coronel do Serviço Federal de Segurança da Rússia, e Serguei Dubinski, ex-oficial da inteligência militar russa – e um ucraniano – Leonid Kharchenko, que liderou uma unidade militar apoiada pela Rússia – foram considerados culpados por homicídio e pela derrubada do avião.

A Rússia negou qualquer responsabilidade, apesar das evidências de que o avião foi abatido por um míssil terra-ar Buk, enviado para o leste da Ucrânia de uma base militar russa do outro lado da fronteira, assim como ligações interceptadas e mensagens que apontam para o envolvimento de separatistas apoiados pela Rússia.

Acordo de grãos

Ainda ontem, Rússia e Ucrânia renovaram o acordo sobre o escoamento da produção ucraniana de grãos. O pacto, conhecido como Iniciativa de Grãos do Mar Negro, permitiu a exportação de mais de 11 milhões de toneladas de cereais dos portos ucranianos em quatro meses, e se encerraria amanhã.

Enquanto a renovação por mais 120 dias do acordo era comemorada, a Rússia lançou uma nova série de ataques em várias regiões da Ucrânia, informaram autoridades de Kiev. Segundo a agência Reuters, duas pessoas morreram em bombardeios em Zaporizhzia.

Na região de Odessa, no sul da Ucrânia, várias infraestruturas foram atingidas, assim como na cidade de Dnipro (centro-leste). Fazia várias semanas que a Rússia não disparava mísseis contra Odessa e Dnipro. Há ainda relatos de explosões seguidas de colunas de fumaça na cidade de Dzhankoi, no norte da Península da Crimeia, território ucraniano que foi ilegalmente ocupado pela Rússia em 2014.

Segundo o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, bombardeios nas regiões de Odessa, Vinnitsia, Sumi e Kiev deixaram ao menos 10 milhões sem energia. A Rússia tem recorrido cada vez mais a ataques contra a rede elétrica à medida que o inverno (Hemisfério Norte) se aproxima e as perdas no campo de batalha aumentam.

Polônia

Um dia após autoridades ocidentais atribuírem à defesa antiaérea da Ucrânia a explosão que provocou duas mortes em território polonês, autoridades ucranianas reiteraram ontem que a Rússia é responsável pelo incidente na Polônia.

Após uma reunião com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, o chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, afirmou que ambos compartilharam “a opinião de que a Rússia é totalmente responsável por seu terror com mísseis e suas consequências na Ucrânia, Polônia e Moldávia”. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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