Homem que esfaqueou ex-companheira é autuado por tentativa de feminicídio

19/09/2017 17:00

O homem de 27 anos, acusado de golpear com faca a ex-companheira, de 32, na última segunda-feira, na Mosela, foi autuado por tentativa de feminicídio, o que pode aumentar sua pena no caso de condenação. Ele permanece preso na 105ª Delegacia Policial do Retiro. 

O crime aconteceu em pleno horário de movimento, na tarde de segunda-feira, por volta de 17h, próximo à Igreja de São Judas Tadeu. Depois de uma discussão, a vítima foi puxada pelo cabelo, em público, imobilizada, e levou uma facada na região do pescoço, próximo ao ombro, de modo em que não pudesse se defender. Toda a ação foi filmada por testemunhas. Pessoas que passavam pelo local se impressionaram com a calma e frieza do criminoso. Pelo vídeo que circula na internet, é possível perceber que ele não demonstrou preocupação nem tentou acudir a vítima, que ficou no chão até a chegada das equipes médicas. Segundo testemunhas, o suspeito permaneceu no local do crime, impedindo que outras pessoas se aproximassem da vítima. 

O Corpo de Bombeiros foi acionado e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência também esteve no local. A mulher foi socorrida minutos depois do crime, e a hemorragia foi estancada pela equipe, que a encaminhou para o Hospital Santa Teresa (HST). 

O agressor foi preso em seguida, pela equipe de patrulhamento do 26º Batalhão de Polícia Militar do Quitandinha. Ele foi atuaudo de acordo com a lei 13.104, de 9 de março de 2015, por feminicídio tentado, que é quando o homem tenta matar uma mulher. Por conta desse agravante (da vítima ser do sexo feminino) o criminoso pode sofrer um aumento na sua pena, mas o tempo total estimado não foi informado pelas autoridades.

O Hospital Santa Teresa informou ontem que, apesar do imenso susto, a vítima passou por exames médicos, e permanece internada em observação. Por sorte, seu estado de saúde é bom, sem gravidade. 

O feminicídio

A Lei do feminicídio foi sancionada em março de 2015 pela presidente afastada Dilma Rousseff endurecendo a pena para os crimes cometidos contra as mulheres. No Brasil, a taxa de feminicídios é de 4,8 para 100 mil mulheres, quinta maior no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Suas motivações mais usuais são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, comuns em sociedades marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino, como é o caso brasileiro.

Outros casos recentes

Este foi o segundo caso de agressão com tentativa de homicídio contra uma mulher em Petrópolis, nesta semana, e o terceiro no que diz respeito a violência doméstica, registrado em delegacia. Na tarde de domingo, um homem de 22 anos tentou matar a facadas a irmã, de 31 anos, durante uma discussão. O crime aconteceu na casa da família, na comunidade Monte Florido, na Estrada da Saudade. O homem foi preso em flagrante e encaminhado para a 105ª Delegacia de Polícia, onde foi autuado como incurso na Lei Maria da Penha. Os policiais foram chamados por vizinhos e ao chegarem à residência, presenciaram o homem com a faca na mão tentando agredir a companheira. De acordo com os policiais, houve resistência à prisão. A mulher foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cascatinha, onde foi atendida com ferimentos leves e liberada após avaliação médica. 

Na semana passada, um outro caso, também na Estrada da Saudade, chamou a atenção. Desta vez foi a mulher que agrediu o companheiro, também a facadas. 

A agressora, de 40 anos, foi presa em flagrante na tarde de quinta-feira (14) após esfaquear o marido, de 46 anos, no tórax. O homem foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para o Hospital Alcides Carneiro (HAC) onde está internado. Segundo a Polícia, a mulher contou que era sempre agredida pelo companheiro e que naquela tarde eles haviam brigado. Ela então pegou a faca na cozinha da casa e desferiu os golpes. Os vizinhos ajudaram a socorrer a vítima e chamaram o Samu. Eles também detiveram a mulher até a chegada da polícia. Apesar do acontecido, a versão da agressora foi contestada pelos familiares da vítima. O casal vive junto há 18 anos. A mulher foi encaminhada para o presídio na cidade do Rio de Janeiro.

Todos os casos são investigados pela Polícia Civil.


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