Homeopatia pode reduzir impactos da dengue

22/02/2016 19:00

Tem circulado nas redes sociais que o tratamento feito através da homeopatia pode ser utilizado como uma forma de prevenção e também para tratar doenças como a dengue, zika vírus e chikungunya. Apesar disso, o médico homeopata Carlos Lyrio, do Instituto Roberto Costa, afirma que a fórmula não previne contra nenhuma dessas doenças, mas pode sim diminuir o impacto delas no organismo do paciente, fazendo com que elas sejam mais “fracas”. Ainda de acordo com ele, a eficácia da homeopatia nesses casos foi comprovada nos episódios de dengue registrados nos anos de 2008 e 2010, quando os medicamentos foram amplamente utilizados no Rio de Janeiro e Macaé com resultados clínicos satisfatórios. 

Por isso é importante que a população não deixe de utilizar os repelentes vendidos nas farmácias tradicionais, apesar de saber que a homeopatia pode ser utilizada como um tratamento aliado para minimizar a gravidade das doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti. A boa notícia é que o medicamento está disponível também em Petrópolis, em qualquer farmácia homeopática e deve ser ministrado dois glóbulos três vezes ao dia. 

Outro ponto destacado na publicação é a possibilidade de utilizar o tratamento em gestantes, recém-nascidos e também idosos, sem risco de efeitos colaterais e prejuízos à saúde. "Realmente não existe contraindicação. Minha opinião é que a homeopatia é sem dúvida nenhuma um recurso terapêutico que deve ser utilizado, até porque não existe outro. A homeopatia esteve presente nas grandes epidemias que assolaram a humanidade, sempre contribuindo de forma positiva. Foi assim com a epidemia de cólera em Londres a gripe espanhola e no Brasil, na década de 90, nosso Dr. Roberto Costa contribuiu com os Nosódios Homeopáticos em surtos de meningite no Sul. Em relação à dengue, essa fórmula foi utilizada positivamente em São José do Rio Preto em 2004 e em Macaé em 2008. A homeopatia pode sim contribuir para minimizar o impacto dessa doença. É um tratamento acessível, uma vez que qualquer farmácia homeopática do país tem condição de aviar a receita. É bom lembrar, entretanto, que não é a solução do problema. É uma contribuição que pode minimizá-lo, mas não garante imunização plena", afirmou Carlos Lyrio.


Sobre as doenças 

Degue: é uma doença febril aguda causada por um vírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. O seu principal vetor de transmissão é o mosquito aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. Existem quatro tipos de dengue, pois o vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo, mas imunidade parcial e temporária contra os outros três. Embora pareça pouco agressiva, a doença pode evoluir para a dengue hemorrágica e a síndrome do choque da dengue, caracterizadas por sangramento e queda de pressão arterial, o que eleva o risco de morte. A melhor maneira de combater esse mal é atuando de forma preventiva, impedindo a reprodução do mosquito.

Chikungunya: a febre chikungunya é uma doença parecida com a dengue, causada pelo vírus CHIKV, da família Togaviridae. Seu modo de transmissão é pela picada do mosquito aedes aegypti infectado e, menos comumente, pelo mosquito aedes albopictus. Seus sintomas são semelhantes aos da dengue: febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço. Porém, a grande diferença da febre chikungunya está no seu acometimento das articulações: o vírus avança nas juntas dos pacientes e causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local.

Zica vírus: é uma infecção causada pelo vírus ZIKV, transmitida pelo mosquito aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue da febre chikungunya. O vírus Zika teve sua primeira aparição registrada em 1947, quando foi encontrado em macacos da Floresta Zika, em Uganda. Entretanto, somente em 1954 os primeiros seres humanos foram contaminados na Nigéria. O vírus Zika atingiu a Oceania em 2007 e a França no ano de 2013. O Brasil notificou os primeiros casos de zika vírus em 2015, no Rio Grande do Norte e na Bahia. Os sintomas são similares aos já citados acima, como dores de cabeça, e nas articulações e febre. Atualmente, os especialistas estão associando a doença a problemas como a microcefalia e à síndrome de Guillain-Barré.


Saiba mais 

Nos últimos anos muitas pessoas têm optado por medicinas alternativas, o que pode ser considerado um problema para a indústria farmacêutica. Isso ocorre principalmente nos países desenvolvidos, onde a primeira opção das pessoas têm sido o tratamento homeopático e acupuntura, por exemplo.  "Isso porque as pessoas não estão mais acreditando na eficácia da alopatia, aliada às falências dos sistemas médicos desumanizados em todo o mundo. A crise de credibilidade não é da homeopatia, mas da alopatia que tenta ganhar o jogo, denegrindo as terapias alternativas”, afirmou o profissional.

Os medicamentos homeopáticos são preparados a partir de plantas, minerais e micro-organismos. Eles diferem da alopatia, pois são diluídos e dinamizados, ou seja, eles são tão diluídos que o medicamento quando pronto não tem mais nenhum vestígio da matriz.  “Essa é a grande polêmica da homeopatia. Por isso, os pesquisadores dizem que a homeopatia é igual água. Acontece que a cada dia mais estudos com a água mostram que ela tem memória, ou seja, possui a capacidade de memorizar tudo o que entra em contato com ela, mesmo que a substância não esteja mais presente na solução. Isso explica a homeopatia”, disse. 

Ainda de acordo com o profissional, a homeopatia é um sistema médico completo, assim como a Medicina Tradicional Chinesa e Aiurvédica. Sendo assim, todas as doenças podem ser tratadas através do procedimento e pode ainda ser realizado em conjunto com a medicina tradicional. “Em determinadas situações a homeopatia por si só basta. Entretanto, ela não é excludente. Os medicamentos homeopáticos podem ser utilizados junto com os medicamentos alopáticos”, disse.


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