Hospital promove Segundo Workshop sobre doação de órgãos
O Hospital Santa Teresa reuniu representantes das unidades hospitalares públicas e privadas do município, na tarde desta terça-feira (28), para falar sobre a importância da doação de órgãos e o papel da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT). O evento fez parte do 2º Workshop sobre o tema realizado pela instituição que, na segunda-feira, reuniu colaboradores do HST.
“Nosso objetivo é conscientizar os profissionais de saúde sobre a doação de órgãos para ampliar a captação e tirar as pessoas da fila por um transplante, que em 2021 chegou a 45 mil pessoas”, afirmou o diretor executivo do Hospital Santa Teresa, o médico Leonardo Menezes. Ele lembrou que a CIHDOTT foi implantada no hospital em 2006 e que, em 2020, a instituição bateu recorde de doações, quando 42% das notificações realizadas ao Programa Estadual de Transplante (PET) foram efetivadas. “Estamos em sétimo lugar entre os maiores captadores do estado. Embora seja uma situação muito difícil, para nós é motivo de muito orgulho, porque sabemos que estamos salvando vidas”, completou.
Segundo o coordenador da CIHDOTT, Carlos Carneiro, que explicou o funcionamento da Comissão, muitas questões ainda atrapalham a doação de órgãos no país. Entre as dificuldades está a negativa da família, que corresponde a 40% das doações não efetivadas: “É muito importante que as pessoas manifestem seu desejo de ser um doador de órgãos. Precisamos ter consciência de que muitas vidas são salvas através de um ato solidário”. Carneiro acrescentou que a criação das CIHDOTTs é um passo importante para aumentar o número de notificações no município, já que permite um diagnóstico mais precoce, maior agilidade no processo e garante melhor manutenção do doador. “As pessoas que estão na fila por um transplante não têm escolha e nós, nas nossas unidades de saúde, podemos fazer a nossa parte para esclarecer e estimular a doação”, acrescentou o coordenador.
O evento também contou com a participação da médica Marina de Siqueira Castro Wendhausen Camargo, especialista em Terapia Intensiva pela Amib, que falou sobre “Abertura de protocolo de morte encefálica”, detalhando os procedimentos que devem ser realizados para constatar a morte do paciente e a identificação dos potenciais doadores.
A programação foi encerrada com o testemunho de José Ricardo Ferreira, da Fundação Luísa, que transformou sua dor em amor ao respeitar o desejo de sua filha, Luísa, e doar seus órgãos após um acidente de trânsito no ano passado. “Nunca pensaria que minha filha queria doar seus órgãos se ela não tivesse manifestado essa vontade. Não sei quantas famílias minha filha pode ajudar, mas ela queria salvar vidas e ela salvou”, afirmou o pai emocionado.
Para o secretário de Saúde, Aloisio Barbosa da Silva Filho, esse debate é muito importante: “Essa iniciativa é de extrema importância para conscientizar a população sobre a necessidade de conversar com seus familiares manifestando em vida seu desejo de doar seus órgãos. Além disso, a capacitação das unidades hospitalares vai promover, a médio e longo prazo, um crescimento de notificações de possíveis doadores, objetivando devolver qualidade de vida para aqueles que estão na fila por um transplante”.