Humildade diante do criador
Que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites? (Salmo 8.4)
Os salmos são obras poéticas e litúrgicas. O livro dos Salmos é composto em grande parte de palavras e perguntas do ser humano dirigidas a Deus. Perguntas que falam das experiências mais profundas da sua alma: lutas e esperanças, triunfos e fracassos, adoração e rebeldia, gratidão e arrependimento. O clamor surge da doença, da pobreza, do exílio, da injustiça e de toda forma de miséria que atinge a humanidade.
Na imensidão dos céus, na lua, nas estrelas, no sol, na chuva – em tudo contemplamos a majestade do Criador. Tudo que apreciamos na natureza “são obra dos Teus dedos” (Salmo 8.3).
Vendo a grandeza do universo, o ser humano se sente pequeno, insignificante. Consciente da sua própria pequenez, pergunta: quem sou eu nesta imensidão? Será que Deus se lembra de mim?
A resposta de Deus é: “SIM! Eu te conheço. Eu me lembro de ti. Eu te convido para ter comunhão Comigo!” O Criador soberano valoriza a Sua criação!
Na pergunta acima, tem-se a impressão que o salmista questiona seu próprio valor, a razão de sua existência, os rumos da sua vida. Quantas pessoas hoje compartilham estes mesmos sentimentos? Quantas pessoas passam por crises existenciais?
Após refletir, o salmista responde à sua própria pergunta: “Fizeste-o, no entanto, por um pouco menor do que Deus e de glória e honra o coroaste” (Salmo 8.5). Deus nos criou à Sua imagem e semelhança! Por isso, a dignidade humana é inviolável. Apesar de sermos finitos, frágeis, limitados, dependentes, pecadores, rebeldes, Deus se lembra de nós e nos visita. Deus respeita a dignidade e a individualidade de cada pessoa. Nada impõe. Ama e convida cada um para conversar com seu Criador!
Junto com a dignidade que nos dá, Deus também nos dá direitos e a responsabilidade para cuidar uns dos outros e da criação. Para isso nós existimos.
Para cumprir nossa tarefa, Deus concedeu a nós certo poder e autoridade: “Deste-lhe domínio sobre as obras da Tua mão.” (Salmo 8.6). No entanto, precisamos cumprir nossa tarefa com limites e respeito pelo nosso Criador. Tudo deve ser feito com humildade e respeitando os limites dados pelo próprio Criador.
Temos capacidade de construir um mundo civilizado. O próprio Deus nos mostrou como isso deve ser feito ao nos permitir autoridades que devem manter a paz, proteger as pessoas boas e punir as pessoas más (Romanos 13). No entanto, o ser humano abusa do poder que Deus lhe dá e se deixa corromper.
O plano de Deus para a Sua criação inclui ordem que supera o caos. Inclui governo justo que mantenha a paz e a ordem. É preciso que o ser humano tenha noção de limites e respeito, de serviço e responsabilidade, de humildade. Deus não criou ninguém para dominar sobre as outras pessoas ou nações. O problema surge quando o poder corrompe e a pessoa segue seus instintos de egoísmo e ganância. Batalhar contra esses instintos é uma tarefa muito difícil.
Precisamos lembrar sempre que o domínio que Deus nos deu é sempre para o benefício das pessoas e da própria criação, pois nos colocou na terra para dela cuidarmos (Gênesis 2.15) e para amar nosso semelhante (Mateus 22.34-40).
Deus valoriza e cuida do ser humano. E confia aos seres humanos a administração do mundo. Esta administração deve ser feita sempre respeitando o Criador, que quer o bem da humanidade e da Sua criação.
Precisamos lembrar sempre que Deus, que nos criou e nos deu o domínio sobre Sua criação, é o Deus a quem adoramos, é o Senhor soberano sobre nós e sobre todo o universo. Se assim o fizermos, teremos uma vida e um mundo melhor.
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Avenida Ipiranga, 346.
Cultos todos os domingos às 09:00h. Tel. 24.2242-1703