Ibovespa fecha dia em alta de 0,64%, aos 134,8 mil pontos, e avança 0,23% na semana

13/set 17:53
Por Luís Eduardo Leal / Estadão

O giro enfraquecido e as variações moderadas – alternando ganhos e perdas diários desde 5 de setembro – deram o tom ao Ibovespa na semana que antecede a definição sobre juros nos Estados Unidos e no Brasil, na próxima quarta-feira, 18. O índice da B3 chegou a ensaiar alta acima do limiar de 1% nesta sexta-feira, mas fechou a sessão com ganho de 0,64%, aos 134.881,95 pontos, avançando 0,23% na semana após revés de 1,05% acumulado no intervalo anterior.

No mês, o Ibovespa cede 0,83%, o que limita a alta do ano a 0,52%. O giro subiu um pouco, a R$ 20,0 bilhões nesta sexta-feira, em que o Ibovespa oscilou dos 134.030,64, na mínima da abertura, até os 135.878,50 pontos na máxima do dia, permanecendo na faixa dos 134 mil, em fechamentos, nas últimas seis sessões.

Até o começo da tarde, as principais ações operavam em alta, com poucos componentes do Ibovespa divergindo do alinhamento. Do meio da tarde ao fechamento, parcela maior de ações do índice embicou para baixo, ainda que em estabilização no fim do dia.

Destaque para alguns nomes de peso como Petrobras (ON -0,30%, PN -0,46%), Itaú (PN +0,11%) e Bradesco (ON +0,07%, PN sem variação), o que contribuiu para a perda de dinamismo do Ibovespa à tarde. Na ponta ganhadora, atenção para a forte retomada em Azul (+22,52%), à frente de CVC (+14,29%) e de Braskem (+7,79%). No lado oposto, Assaí (-2,98%), Carrefour (-2,67%) e Vibra (-1,60%).

Entre as blue chips, o setor metálico, com Vale (ON +0,67% na sessão e +3,21% na semana) à frente, foi decisivo para o desempenho positivo, no dia como também na semana – intervalo em que o minério de ferro em mercados da Ásia, como Cingapura, obteve leve recuperação, apesar do recuo nesta sexta-feira, ainda abaixo de US$ 100 por tonelada, em nível depreciado.

Por sua vez, mais do que ao desempenho levemente negativo do petróleo na sessão, a virada observada em Petrobras, que chegou a subir perto de 2% mais cedo, foi atribuída a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a estatal. “A Petrobras até abriu em alta, chegando a subir 1,8%, mas após a fala do presidente Lula, o papel passou a cair”, diz Inácio Alves, analista da Melver.

Com relação aos preços da commodity, analistas avaliam que o tempo de aperto de oferta causado pelo fenômeno climático Francine, no Golfo do México, pode ser menor do que se chegou a esperar, o que contribuiu para a leve baixa das cotações na sessão – na semana, o preço do petróleo avançou, compensando parte da queda da semana anterior.

O presidente Lula disse nesta sexta que parte do ganho da Petrobras tem de ser revertido em “benefício”, inclusive para o desenvolvimento nacional. Ele reiterou que a estatal não serve “só para lucrar”, e que quer transformar a companhia “na grande empresa de energia do planeta Terra”.

“Uma empresa pública como a Petrobras serve não apenas para lucrar, mas para prestar serviços ao conjunto da população, e uma parte da possibilidade de seu ganho tem que ser revertida em benefício, inclusive do desenvolvimento nacional”, afirmou Lula em evento de inauguração do Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí (RJ), nesta sexta-feira. Na avaliação do presidente, o Brasil não pode ser um “mero importador de tudo”.

No mesmo evento, Lula também criticou a privatização da Vale e disse que a companhia, em vez de investir em pesquisa, está focada em vender ativos – e questionou, inclusive, o salário do CEO da empresa. “A Vale está melhor agora que foi privatizada ou era melhor quando era uma empresa do Estado brasileiro?”, ponderou. “O que a Vale tem produzido de novo? Nada”, disse. “A Vale, também como a Petrobras no tempo deles, tenta vender ativos. Ao invés de investir em pesquisa, de explorar o tal dos minerais críticos, nós estamos vendendo ativos.”

O foco dos mercados globais estará concentrado, na próxima semana, em diversas deliberações sobre juros. “Além das decisões de Brasil e Estados Unidos, na quinta-feira (19) será a vez do Banco da Inglaterra anunciar decisão sobre a taxa de juros, seguido pelo Banco do Japão, que realiza reunião de política monetária na sexta-feira (20)”, aponta Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital.

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