IGP-M acelera a 1,82% em janeiro, após 0,87% em dezembro, afirma FGV

28/01/2022 08:54
Por Marianna Gualter e Cícero Cotrim / Estadão

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) avançou 1,82% em janeiro, após alta de 0,87% em dezembro, informou nesta sexta-feira, 28, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava alta de 2,00% para o indicador, com estimativas de 0,80% a 2,34%. A inflação acumulada em 12 meses pelo IGP-M desacelerou de 17,78% para 16,91%, também abaixo da mediana do levantamento, de 17,10% (projeções de 15,74% a 17,79%).

A aceleração do IGP-M de janeiro foi puxada pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que subiu 2,30% em janeiro, ante 0,95% em dezembro. O índice de preços no atacado acumula variação de 19,32% em 12 meses.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), por outro lado, desacelerou de 0,84% para 0,42% na margem, com inflação acumulada de 9,33% em 12 meses.

Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) avançou de 0,30% em dezembro para 0,64%, conforme já divulgado pela FGV na última quarta-feira, 26. O indicador acumula alta de 13,70% em 12 meses.

Quatro das oito classes de despesa componentes do IPC-M registraram arrefecimento em janeiro. A principal contribuição foi de Transportes (1,26% para -0,17%), com deflação no preço da gasolina (2,24% para -1,62%).

Também apresentaram desaceleração em suas taxas de variação os grupos Habitação (1,09% para 0,33%), Educação, Leitura e Recreação (1,80% para 0,94%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,17% para 0,07%).

Nessas classes, os itens com maior influência foram tarifa de eletricidade residencial (3,11% para -0,69%), passagem aérea (11,52% para -6,63%) e plano e seguro de saúde (0,16% para -0,29%), respectivamente.

Na direção oposta, registraram avanço nesta leitura os grupos Alimentação (0,54% para 1,15%), Vestuário (0,61% para 1,17%), Comunicação (0,05% para 0,13%) e Despesas Diversas (0,13% para 0,14%).

Nessas classes, os itens com maior peso foram hortaliças e legumes (-3,07% para 4,44%), roupas (0,58% para 1,29%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,11% para 0,42%) e cigarros (0,20% para 0,98%).

Influências individuais

Segundo a FGV, os itens que mais contribuíram para o alívio do IPC-M em janeiro foram gasolina (2,24% para -1,62%), passagem aérea (11,52% para -6,63%) e tarifa de eletricidade residencial (3,11% para -0,69%), seguidos por etanol (1,94% para -2,99%) e plano e seguro de saúde (0,16% para -0,29%).

Por outro lado, as principais influências individuais de alta foram cursos de ensino superior (0,00% para 4,22%) e fundamental (0,00% para 4,65%). Banana-prata (11,20% para 24,22%), condomínio residencial (0,75% para 1,45%) e refeições em bares e restaurantes (0,81% para 1,03%) completam a lista.

IPA-M

Já dentro do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), o aumento da inflação no atacado foi disseminado entre produtos agropecuários (1,27% para 1,77%) e industriais (0,82% para 2,52%). No acumulado de 12 meses, a inflação do IPA-M arrefeceu de 20,57% em dezembro para 19,32% em janeiro. A taxa acumulada pelos produtos industriais desacelerou de 22,22% para 19,52% no período, enquanto a inflação dos produtos agropecuários avançou de 16,65% para 18,81%.

Nas aberturas por estágios de processamento, as matérias-primas brutas (1,22% para 4,95%) puxaram o IPA-M em janeiro. O movimento do grupo foi sustentado pela aceleração do minério de ferro (-0,52% para 18,26%), soja em grão (-1,03% para 4,05%) e milho em grão (-2,68% para 5,64%). Em contrapartida, ajudaram a conter a taxa bovinos (11,69% para 1,94%), café em grão (12,52% para 1,92%) e suínos (3,20% para -12,39%).

Os bens finais aceleraram de 0,53% em dezembro para 0,75% em janeiro, puxados pelo subgrupo bens de investimento (0,78% para 2,07%). Os bens intermediários também avançaram no período (1,02% para 1,05%), sustentados pelo subgrupo de materiais e componentes para a manufatura (0,40% para 1,33%).

No acumulado de 12 meses, a inflação dos bens finais passou de 17,64% em dezembro para 17,25% em janeiro, enquanto a taxa dos bens intermediários arrefeceu de 38,27% para 36,35% no período. As matérias-primas brutas também tiveram alívio nesta base, de 8,31% para 7,37%.

As principais pressões para cima sobre o IPA-M de janeiro partiram do minério de ferro, soja em grão, milho em grão e bovinos, além do farelo de soja (0,60% para 7,73%). No sentido oposto, os destaques são aves (-5,08% para -5,59%), carne de aves (-2,79% para -3,20%), ovos (-1,68% para -2,78%) e gasolina automotiva (0,46% para -1,0%), além de suínos.

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