Impacto de reajustes da Petrobras pode chegar a 0,21 pp no IPCA de 2024, calculam economistas

08/jul 14:58
Por Daniel Tozzi Mendes, Gabriela Jucá e Renata Pedini / Estadão

Os reajustes anunciados nesta segunda-feira, 8, pela Petrobras no preço da gasolina e do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) devem gerar um impacto altista entre 0,16 e 0,21 ponto porcentual nas próximas leituras do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculam economistas consultados pelo Broadcast(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

Conforme divulgou a Petrobras nesta segunda-feira, o preço do litro da gasolina deverá subir em R$ 0,20 para as distribuidoras, enquanto o botijão de 13 kg de GLP deverá ser elevado, em média, em R$ 3,20.

Após o anúncio, a estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, elevou sua estimativa para o IPCA ao final do ano de 4,10% para 4,28%. Ela calcula que o reajuste na gasolina representa impacto altista de pelo menos 0,13 ponto porcentual, dos quais 0,09 ponto deverão aparecer já na leitura de julho do IPCA. Já o reajuste do GLP deverá impactar positivamente o índice em 0,05 ponto, segundo ela.

Para Leonardo Costa, economista da ASA, o impacto total dos reajustes deverá ficar em 0,16 ponto porcentual, diluído entre as leituras de julho e agosto do IPCA. Com isso, ele elevou sua projeção para a inflação ao final do ano, de 3,9% para 4,0%.

Na Quantitas, o economista João Fernandes espera impacto total dos reajustes ainda maior, de 0,21 ponto no IPCA deste ano. Desse total, 0,15 ponto deve aparecer diretamente no preço da gasolina; 0,03 ponto no preço do etanol e outros 0,03 ponto devem refletir o reajuste no GLP. Com isso, a Quantitas passou a prever alta de 4,3% no IPCA em 2024, ante estimativa anterior de 4,1%.

No BNP Paribas, a estimativa também é de impacto total de 0,21 ponto porcentual nas próximas leituras do IPCA. A economista para Brasil do banco, Laiz Carvalho, contudo, apenas adicionou viés de alta à sua projeção ao final do ano, mantendo a estimativa de IPCA em 4,0%.

Nos cálculos de Carvalho, do total do impacto, 0,14 ponto porcentual deverá ser sentido na leitura de julho do IPCA, enquanto os outros 0,07 ponto em agosto.

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