Imperador: a rua dos sapatos, farmácias e lojas de bijuterias
É quase impossível passar pela Rua do Imperador sem notar a enorme quantidade de sapatarias, farmácias e, mais recentemente, lojas de bijuterias e acessórios funcionando nos dois quilômetros da via, nos lados par e ímpar. Elas ocupam quase 30% do total de pontos comerciais existentes na rua (sem levar em conta galerias e ruas transversais) e, por isso, se destacam entre lojas de roupas, óticas, joalherias, papelarias, lanchonetes, sorveterias, lojas de departamentos e outras tantas.
Levantamento feito pela Tribuna mostra que as sapatarias, muitas delas instaladas há anos na Rua do Imperador, são as mais comuns, com 26 lojas ocupadas. O número chama atenção principalmente por conta do fechamento, nos últimos anos, de lojas deste tipo na região. As farmácias vêm em seguida, representando quase 10% do comércio da rua (são 19). O surgimento de lojas de bijuterias e acessórios, nos últimos anos, também chama atenção: só na Rua do Imperador existem, hoje, 14 lojas.
Entre os petropolitanos, a existência de tantas lojas ocupadas por um número tão pequeno de tipos de comércio chama atenção e gera desconfiança. “Não sei como podem se manter. A concorrência nessas áreas é enorme”, diz a vendedora Luciana Machado, lembrando que uma melhor distribuição destes pontos comerciais na cidade, especialmente fora do Centro, contribuiria para o desenvolvimento do município como um todo, gerando impactos positivos inclusive no trânsito.
Juliana da Silva diz que a existência de tantas farmácias em um trecho tão pequeno do Centro causa estranheza. “Para todos os lados que a gente olha aqui no Centro vemos duas ou três farmácias. Por outro lado, faltam lojas de artigos evangélicos e livrarias. Muitas fecharam e fazem falta para os consumidores”, disse.
Com a palavra, os empreendedores
A farmacêutica Gisele Abraão, que trabalha em uma farmácia inaugurada há poucas semanas na Rua do Imperador, diz que o crescimento do segmento de farmácias é geral e que é resultado da grande demanda. “O mercado está em crescimento. As grandes redes continuam abrindo lojas e os empresários estão pensando em um futuro ainda mais promissor para o segmento. Tenho certeza de que as redes não abririam novas lojas se o mercado fosse ruim”, disse, lembrando que essa concorrência acaba beneficiando o consumidor. “As pessoas procuram locais com bons preços e bom atendimento. Isso acontece porque elas têm opções. Então todos se empenham para oferecer o melhor e é o consumidor o maior beneficiado”, disse.
Valdeci Cardoso, mais conhecido como Vall, é consultor do ramo de sapatarias e garante que o segmento segue em alta. “Petrópolis é uma cidade turística e isso já aumenta a nossa demanda. Vendemos não apenas para a população, mas também para os turistas. Para conquistar os clientes, as empresas investem nas marcas e no atendimento ao cliente. Ter esses diferenciais é o que mantém os empresários no mercado”, explicou.
Já no ramo de bijuterias, a concorrência já provocou baixas. O empresário Ubirajara Oliveira, por exemplo, decidiu fechar sua loja. “Esse mercado está concorrido demais. A instalação de muitas lojas de uma mesma rede atrapalhou bastante os negócios. É muita loja pra pouca gente. Essa percepção de crescimento é falsa. As lojas estão aqui, mas muitas estão vazias. Estou saindo da cidade e voltando para a Bahia. O aluguel na Rua do Imperador é muito caro e o movimento não está favorecendo”, explicou.